quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Assim vai o Mundo

"pela névoa de pesadelo
a dor passa
clandestina" Arlindo Barbeitos
A actual situação da fome no mundo é alarmante e dramática, devido ao constante crescimento da população mundial e à forte subida dos preços dos alimentos, alertaram ontem organizações internacionais. O aviso é da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e do Programa Alimentar Mundial (PAM).
“Uma em cada sete pessoas no mundo vai para a cama com fome, na maioria mulheres e crianças”, afirmou Lauren Landis, directora da representação do PAM em Genebra (Suíça), durante a inauguração de uma exposição dedicada ao flagelo da fome, intitulada “Lutar juntos contra a fome”.
Na mesma ocasião, Landis salientou que “a fome mata anualmente mais pessoas do que a SIDA, malária e tuberculose”.
O aumento substancial dos preços dos alimentos tem sido um dos factores determinantes para o agravamento do número de pessoas subnutridas no mundo.
Entre 2005 e 2008, os preços dos alimentos atingiram o nível mais alto dos últimos 30 anos, nomeadamente os alimentos considerados básicos como é o caso do milho, que subiu 74% nos últimos 18 meses, ou do arroz, que sofreu um aumento de 166%.
“A situação assumiu proporções dramáticas a partir de 2008, quando os preços alcançaram um pico histórico e quase duplicaram num período de três e quatro anos”, disse o director da FAO em Genebra, Abdessalam Ould Ahmed.
“Depois de um abrandamento em 2009, estamos outra vez a enfrentar uma situação de subida de preços. A situação é agora mais dramática devido ao aumento dos preços, da crise e de outros problemas que limitam a capacidade do sector agrícola para responder às solicitações” do mercado mundial, reforçou o representante.
O director da FAO mencionou que a subida dos preços é uma consequência, entre outros factores, do aumento substancial da população mundial.
“Cada ano existem no mundo mais 80 milhões de bocas para alimentar”, referiu Abdessalam Ould Ahmed, indicando ainda que os países em desenvolvimento estão a melhorar o nível de vida, aumentando assim a pressão sob o mercado alimentar.
“Estes países estão a aumentar o consumo de carne e de outros alimentos nutritivos que precisam de uma produção intensiva, sobretudo ao nível do consumo de cereais”, afirmou o representante da agência das Nações Unidas, sublinhando ainda o peso da especulação.
Abdessalam Ould Ahmed denunciou que existem “grandes investimentos” no mercado dos alimentos, negócios que estão a aproveitar-se da actual situação para exacerbar a subida dos preços.
O responsável da FAO indicou ainda que a situação de fome que afecta milhares de pessoas na região do Corno de África deve ser “uma chamada de atenção” para outros países.
“Muitos países estão expostos a uma crise similar. É uma crise complexa (…) é uma crise que se pode repetir em outros países, onde se conjugam a seca, os preços altos dos alimentos e a instabilidade”, advertiu Abdessalam Ould Ahmed.


Greve Geral na Grécia
Atenas, 19 out (Lusa) -- Os dois principais sindicatos gregos iniciam hoje uma greve geral de 48 horas contra as novas medidas de austeridade anunciadas pelo governo, num país que permanece paralisado por diversas paralisações sectoriais.
O Executivo do Partido Socialista Pan-Helénico (PASOK) prepara-se para aprovar na quinta-feira no Parlamento um novo conjunto de medidas que implicam o fim dos contratos colectivos, novo aumento de impostos, para além de um projecto lei que prevê o desemprego parcial de 30 mil trabalhadores do sector público até ao final do ano e uma grelha única de salários na função pública.
As principais centrais sindicais já convocaram uma concentração para quinta-feira frente ao Parlamento, que coincide com a discussão e eventual aprovação do pacote de medidas de austeridade adicionais, elaborado em conjunto com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional, justificada pela necessidade em reduzir o défice do país e fomentar o crescimento económico.

A revolta dos estudantes no Chile
O primeiro dia da nova paralisação convocada pelo movimento estudantil chileno iniciou-se,ontem ,às 7:30 com um carro incendiado, barricadas e interrupções no tráfego.
A polícia lançou bombas de gás lacrimogéneo e disparos para o ar para dispersar grupos de manifestantes encapuzados que se concentraram simultaneamente em vários bairros da região metropolitana da capital, Santiago.
A mobilização está programada para dois dias, ontem e hoje, com a realização de assembleias, bloqueios de ruas e panelaços, entre outras actividades.
Ainda hoje, os dirigentes educacionais entregarão no Palácio La Moneda, sede da Presidência, os resultados finais do Plebiscito Nacional pela Educação, realizado na quinta-feira e no sábado da semana passada. A consulta contou com a participação de 1,5 milhões de pessoas, das quais 88,8% se mostraram favoráveis ao fim do lucro na educação
As autoridades autorizaram para quarta-feira duas das quatro marchas estudantis programadas. De acordo com o porta-voz da Coordenadora Nacional de Estudantes do Secundário, Rodrigo Rivera, há um compromisso para que os polícias «não interfiram» no desenvolvimento da mobilização.
«De antemão, rejeitamos qualquer ato de violência da parte de qualquer setor que se queira infiltrar nesta marcha e, assim, denegrir a imagem das atividades da grande maioria da sociedade que hoje está a apoiar o movimento», disse Rivera. Diário Digital / Lusa

Greve Geral em Portugal contra o Orçamento
As duas centrais sindicais juntam-se, tal como há um ano, para protestar contra as novas medidas de austeridade. A greve geral acontece a 24 de novembro.
CGTP e UGT vão hoje anunciar uma greve geral para dia 24 de novembro contra as medidas de austeridade, que será a sétima realizada em Portugal nos últimos 29 anos.
As duas centrais sindicais juntaram-se, tal como há um ano atrás, para protestar contra as novas medidas de austeridade e consideraram que a melhor resposta a dar em conjunto seria a concretização de uma greve geral.
A CGTP e a UGT convocaram uma greve geral em conjunto em outubro de 2010, que se concretizou a 24 de novembro do ano passado, também contra as medidas de austeridade aplicadas pelo Governo socialista.(Expresso)
Clique para aceder ao índice do dossiê Orçamento do Estado 2012
Literatura: Man Booker Prize 2011 para Julian Barnes
O escritor britânico Julian Barnes, quatro vezes finalista do Man Booker Prize, é desta vez o vencedor do prestigiado prémio literário, com o romance «The Sense of an Ending», anunciou na terça-feira o júri em Londres.
Após uma reunião de apenas 31 minutos, o júri, presidido por Stella Rimington e composto por Matthew d'Ancona (escritor e jornalista), Susan Hill (escritora), Chris Mullin (político e escritor) e Gaby Wood (responsável da secção de livros do jornal Daily Telegraph), decidiu por unanimidade distinguir o romance de Julian Barnes, que será publicado em Portugal ainda este ano pela Quetzal.
A vitória do escritor de 65 anos, anteriormente selecionado pelos romances «O Papagaio de Flaubert» (1984), «Inglaterra, Inglaterra» (1998) e «Arthur & George» (2005), veio na sequência de uma das mais amargas e viperinas finais do prémio de que há memória -- não entre os escritores finalistas, mas no que se refere aos comentadores, divididos, que ensombraram o processo de escolha do júri, acusando-o de colocar a popularidade acima da genuína qualidade das obras. Diário Digital / Lusa

2 comentários:

  1. Mundo em desespero, Mundo desigual, Mundo em sofrimento. Não há dúvida que "pela névoa do desespero a dor passa clandestina". Muita notícia espalhada aos quatro ventos, mas pouca resposta humanitária e mudança de políticas pelos governantes.Vá lá, ainda há quem escreva bem e ganhe prémios literários. Por cá , um estreante desempregado ganhou o Prémio Leya 2011 com um romance.

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  2. O operariado irá acordar para os dias em que não haverá trabalho, nem pão! E irremedialvelmente!... Os jovens estudantes irão acordar para os dias em que descobrirem que não têm futuro, nem esperança dele!... E não se conformarão! Todos irão acordar muito tarde, infelizmente!... Sina dos portugueses ao longo dos séculos?!... - V. P.

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