quarta-feira, 22 de junho de 2011

Reflexos


Olho-te pelo reflexo
Do vidro
E o coração da noite

E o meu desejo de ti
São lágrimas por dentro,
Tão doídas e fundas
Que se não fosse:

                        o tempo de viver;
                        e a gente em social desencontrado;
                        e se tivesse a força;
e a janela ao meu lado
                        fosse alta e oportuna,

invadia de amor o teu reflexo
e em estilhaços de vidro
mergulhava em ti.
Ana Luísa Amaral ,In “Anos 90 e Agora”, Quasi Edições

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