A Porta
Alguma coisa fora de mim
está escondida em mim
como um coração exterior
Às vezes canta mesmo a meu lado
com a minha voz
como se tivesse eu cantado
Talvez estas lágrimas
não me pertençam nem este momento
nem este sentimento de este sentimento
Que rosto real
me olha e se vê?
Que porta física
tenho que passar?
Manuel António Pina in "Poesia Reunida", Assírio & Alvim, Lisboa, 2001, p 112.
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