Arde no lar o fogo antigo
do amor irreparável
e de súbito surge-me o teu rosto
entre chamas e pranto, vulnerável:
Como se os sonhos outra vez morressem
no lume da lembrança
e fosse dos teus olhos sem esperança
que as minhas lágrimas corressem.
Carlos de Oliveira (1921-1981), in ”Terra de Harmonia”
Alves Redol, Manuel da Fonseca
e o ciclo histórico do Neo-Realismo português na Biblioteca Nacional
No centenário do nascimento dos dois escritores, a mostra bibliográfica pretende situar a obra de ambos no contexto histórico em que a corrente neo-realista configurou um ciclo de pertinência (1937-1959) de uma opção realista na literatura e na arte, não obstante as soluções de mediação estética diversas. Ora, justamente, o autor de Glória, uma Aldeia do Ribatejo e do romance Gaibéus, com forte influência etnográfica inicial, surge na linha de um realismo documental que forma dicotomia com o autor dos poemas de Rosa dos Ventos ou dos contos de Aldeia Nova, cujo realismo é marcadamente lírico.
Alves Redol (1911-1969) e Manuel da Fonseca (1911-1991) iriam posteriormente evoluir: o primeiro para a sua obra clássica, abandonada a tendência para a recolha de campo, a partir do romance “A Barca dos Sete Lemes”, em 1958, a “Muro Branco”, de 1966; o segundo, abandonada a tematização alentejana, deu lugar aos temas citadinos de “Um Anjo no Trapézio”, de 1968, ou de “Tempo de Solidão”, em 1969.
O cabeçalho do artigo mostra-nos os dois autores, em fotografia (pormenor) de cerca de 1940, da Col. de António da Mota Redol.
(MOSTRA : 12 Abril - 2 Julho | Sala de Referência | Entrada livre)Vitorino Magalhães Godinho (1918-2011) SESSÃO EVOCATIVA
A Biblioteca Nacional de Portugal promove hoje uma sessão evocativa do pensador, historiador, resistente à Ditadura e antigo Ministro da Educação e Cultura e director da Biblioteca Nacional, Vitorino Magalhães Godinho.
A homenagem, que será coordenada pelo director da BNP, Jorge Couto, contará com intervenções dos historiadores José-Augusto França, Joaquim Romero de Magalhães e José Luís Cardoso. Contará, também, com a presença de representantes da Família.
Na ocasião, será ampliada a mostra evocativa patente na Área de Referência com mais duas vitrinas: uma com correspondência do historiador existente noutros espólios do Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea (ACPC) da BNP (Sophia, José Cardoso Pires, Rómulo de Carvalho, João Palma-Ferreira ou José-Augusto França) e outra com documentos seleccionados das Doações do historiador, concretizadas em Julho de 2008, à BNP (Espólios de Vitorino Henriques Godinho e de Manuel Maia Magalhães e parte do espólio de José Maria Barbosa de Magalhães).
A homenagem, que será coordenada pelo director da BNP, Jorge Couto, contará com intervenções dos historiadores José-Augusto França, Joaquim Romero de Magalhães e José Luís Cardoso. Contará, também, com a presença de representantes da Família.
Na ocasião, será ampliada a mostra evocativa patente na Área de Referência com mais duas vitrinas: uma com correspondência do historiador existente noutros espólios do Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea (ACPC) da BNP (Sophia, José Cardoso Pires, Rómulo de Carvalho, João Palma-Ferreira ou José-Augusto França) e outra com documentos seleccionados das Doações do historiador, concretizadas em Julho de 2008, à BNP (Espólios de Vitorino Henriques Godinho e de Manuel Maia Magalhães e parte do espólio de José Maria Barbosa de Magalhães).
( Sessão evocativa :16 Maio | 18h00 | Auditório BNP | Entrada livre )
Escritores lançam campanha para tornar Granada na capital mundial da poesia
Alguns Prémios Nobel da Literatura, como Derek Walcott e Wole Soyinka, escritores como Ernesto Cardenal, Juan Gelman, José Manuel Caballero Bonald, Tomás Segovia, Luis García Montero e Nuno Júdice, assim como algumas figuras conhecidas da cultura, mandaram um manifesto à Unesco a pedir para nomearem a cidade espanhola, Granada, Capital Mundial da Poesia. Nas obras de Federico García Lorca, conhecido poeta espanhol, a presença de Granada é constante. As referências à cidade surgem em muitos dos seus títulos e foi ainda em Granada que o espanhol morreu. O Festival Internacional de Poesia e o Prémio Federico García Lorca colocam Granada no centro do mundo literário todos os anos em Maio. Os eventos são motivos de encontro entre autores do panorama internacional, convertendo-se num dos eventos literários mais importantes do mundo. (fonte: Público)
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