A revolta, a contestação, o protesto são formas de dizer "BASTA". As novas gerações estão a sair para a rua. O silêncio nem sempre traduz conformismo, mas a aceitação é silenciosa e solitária.O futuro não se constrói sem ideais, sem objectivos, sem perspectivas de realização e sobrevivência pessoais. A força de um povo reside na capacidade de se indignar contra a injustiça, contra o autoritarismo cego, contra a indignidade e de construir, em conjunto, um futuro melhor. E porque é tempo de o fazer, os jovens aí estão.
Jovens expulsos por interromper discurso de Sócrates
Uma dezena de jovens do movimento "Geração à Rasca" manifestou-se segunda-feira à noite em Viseu, quando o secretário-geral do PS, José Sócrates, discursava sobre a sua moção política ao congresso do partido.José Sócrates apenas tinha tido tempo para fazer os agradecimentos quando os jovens, munidos de um megafone, começaram a dizer: "Chegou a hora de a geração à rasca falar, isto é pacífico, só queremos falar".
Uma dezena de jovens do movimento "Geração à Rasca" manifestou-se segunda-feira à noite em Viseu, quando o secretário-geral do PS, José Sócrates, discursava sobre a sua moção política ao congresso do partido.José Sócrates apenas tinha tido tempo para fazer os agradecimentos quando os jovens, munidos de um megafone, começaram a dizer: "Chegou a hora de a geração à rasca falar, isto é pacífico, só queremos falar".
Os jovens foram colocados na rua pela segurança, queixando-se de terem sido agredidos. "Eu fiz questão de dizer que era pacífico, mas fomos corridos a empurrões e houve uma rapariga que levou um pontapé", lamentou aos jornalistas Paulo Agante, do movimento, que agendou para sábado uma manifestação anti-Governo.
Enquanto os jovens eram expulsos do salão onde decorria o jantar, os participantes gritavam PS. "Se me permitem, camaradas, eu gostaria de fazer um convite às pessoas que agora entraram para jantar connosco, não temos nenhum problema nisso. Somos um partido da tolerância, estamos no Carnaval e a verdade é que no Carnaval ninguém leva a mal", interrompeu-os José Sócrates.
Paulo Agante explicou aos jornalistas que ele e os colegas pagaram para entrar no jantar, durante o qual pretendiam manifestar ao primeiro-ministro o descontentamento que sentem por estarem desempregados e haver muitos jovens a trabalharem de forma precária. "Peço desculpa não ter aceite o jantar, mas já estávamos cá fora a levar pontapés e empurrões e foi mesmo impossível", ironizou. O jovem criticou ainda José Sócrates por ter dito que o PS é um partido de tolerância: "Só queríamos expor a nossa palavra, ter um espaço onde pudéssemos falar, já que ninguém nos ouve, e iríamos sair pacificamente. Ninguém teria de nos expulsar, mas, enquanto estávamos a ser expulsos a empurrões e nos partiam o material, estava o primeiro-ministro a rir-se", criticou Paulo Agante.
Os jovens queixam-se ainda de lhes ter sido retirada a faixa que levavam, com a inscrição "Fim às políticas rascas" e "619 mil amigos gostam disto", numa alusão ao número de desempregados portugueses
"Enquanto nós estávamos a ser empurrados e pontapeados, eu não tirei os olhos dele, ele estava com um sorriso de satisfação na cara".
Lusa,in DN 8/03/2011E Portugal continua em queda. A pobreza, a miséria substituem "o estado social".
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