domingo, 27 de março de 2011

Ao Domingo há Música

A Europa estultificou e com ela o respeito pela independência dos países que a compõem. Ingerência, sobranceria e ousadia soberba vieram pelas vozes de uma precária Chanceler da Alemanha, do pretenso descendente directo de Napoleão Bonaparte e de outros quejandos que para Bruxelas emigraram por via da falta de espaço nos seus países de origem. Agregaram-se e não é que, de estultice em estultice, pretendem governar à distância este ainda nosso país.Regressar ao tempo de Castela, ao reinado dos Filipes,às invasões francesas ou aos tenebrosos sonhos pangermânicos é um execrando exercício e um atentado ao salutar e democrático espírito que deve gerir as relações entre os homens e os Tratados Internacionais.
Ouvir essa gente não faz falta para cumprir Portugal. E porque nesta semana também celebrámos a Poesia e o advento da Primavera ficam as palavras inconfundíveis de David Mourão Ferreira na voz maior de Mariza que apagam quaisquer indesejáveis ruidos predadores.



Primavera


Todo o amor que nos prendera
Como se fora de cera
Se quebrava e desfazia
Ai funesta primavera
Quem me dera, quem nos dera
Ter morrido nesse dia


E condenaram-me a tanto
Viver comigo meu pranto
Viver, viver e sem ti
Vivendo sem no entanto
Eu me esquecer desse encanto
Que nesse dia perdi


Pão duro da solidão
É somente o que nos dão
O que nos dão a comer
Que importa que o coração
Diga que sim ou que não
Se continua a viver


Todo o amor que nos prendera
Se quebrara e desfizera
Em pavor se convertia
Ninguém fale em primavera
Quem me dera, quem nos dera
Ter morrido nesse dia

Composição:
David Mourão-Ferreira e Pedro Rodrigues

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