A Europa estultificou e com ela o respeito pela independência dos países que a compõem. Ingerência, sobranceria e ousadia soberba vieram pelas vozes de uma precária Chanceler da Alemanha, do pretenso descendente directo de Napoleão Bonaparte e de outros quejandos que para Bruxelas emigraram por via da falta de espaço nos seus países de origem. Agregaram-se e não é que, de estultice em estultice, pretendem governar à distância este ainda nosso país.Regressar ao tempo de Castela, ao reinado dos Filipes,às invasões francesas ou aos tenebrosos sonhos pangermânicos é um execrando exercício e um atentado ao salutar e democrático espírito que deve gerir as relações entre os homens e os Tratados Internacionais.
Ouvir essa gente não faz falta para cumprir Portugal. E porque nesta semana também celebrámos a Poesia e o advento da Primavera ficam as palavras inconfundíveis de David Mourão Ferreira na voz maior de Mariza que apagam quaisquer indesejáveis ruidos predadores.
Ouvir essa gente não faz falta para cumprir Portugal. E porque nesta semana também celebrámos a Poesia e o advento da Primavera ficam as palavras inconfundíveis de David Mourão Ferreira na voz maior de Mariza que apagam quaisquer indesejáveis ruidos predadores.
Primavera
Todo o amor que nos prendera
Como se fora de cera
Se quebrava e desfazia
Ai funesta primavera
Quem me dera, quem nos dera
Ter morrido nesse dia
E condenaram-me a tanto
Viver comigo meu pranto
Viver, viver e sem ti
Vivendo sem no entanto
Eu me esquecer desse encanto
Que nesse dia perdi
Pão duro da solidão
É somente o que nos dão
O que nos dão a comer
Que importa que o coração
Diga que sim ou que não
Se continua a viver
Todo o amor que nos prendera
Se quebrara e desfizera
Em pavor se convertia
Ninguém fale em primavera
Quem me dera, quem nos dera
Ter morrido nesse dia
Composição:
David Mourão-Ferreira e Pedro Rodrigues
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