quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Revisitar Sophia Mello B. Andresen

"Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta/ (...)/ Outros amarão as coisas que eu amei/(...)/ Como se eu não estivesse morta." Sophia de Mello Andresen

 A 27 e 28 de Janeiro vai realizar-se, em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian  um Colóquio Internacional sobre Sophia de Mello Breyner Andresen .  Antecedendo este Colóquio  terá lugar a  entrega do espólio  à Biblioteca Nacional de Portugal . O programa completo  dessa sessão , bem como do Colóquio pode ser consultado aqui .


Quando

Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar,
E como hoje igualmente hão-de bailar
As quatro estações à minha porta.

Outros em Abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei,
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que eu amei.

Será o mesmo brilho, a mesma festa,
Será o mesmo jardim à minha porta,
E os cabelos doirados da floresta,
Como se eu não estivesse morta.

Sophia de mello Breyner Andresen, in " Dia do Mar", 1947 

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