O TEMPO
Adeus mar de tantos dias,
adeus dias de tantos mares.
Marés cheias, marés vazias
Que espraiaram a minha vida.
Vou
não sei para onde.
Volto
não sei como.
Anos passados , tempos distantes
passados tempos, anos presentes.
Do tempo vieram dias furtados,
horas , minutos , longos segundos .
Fico
sem ir contigo.
Regresso
por ti sem mim.
Se quem vai não finge partir,
quem volta não simula chegar,
para no mar perder essa vida
da maresia dos tempos parida.
Maria José Soares de Moura, in “Poesias do Mar e da Terra”
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