Em Portugal
O mau tempo instalou-se no país. A força do mar invade a terra , destruindo o que se lhe opõe. O vento tresloucado transforma-se em Tornado na zona centro do país e varre os telhados atingindo quem é frágil e por baixo se abriga, fazendo 39 feridos, 19 dos quais crianças de um jardim-escola de Tomar. E a terrível ventania alastra-se, deixando um rasto devastador por onde vai passando.
As águas das chuvas destroem casas e fizeram já perigar os habitantes de Fajãzinha , nos Açores. O aluimento de terras é, agora , a grande ameaça para as populações das ilhas. A tragédia da Madeira ainda paira sob a vista e já os estragos por reparar sofrem novas ameaças.
O tempo em desconcerto não se contém. Ora é medonho nas vagas do Mar, ora é terrivel em ventos ciclónicos, ora se estende em manto súbito de neve, ora destrói o que uma longa vida levou a construir. A bonança, após muito tardar, acabará por aparecer e , então, expor as imagens marcadas pela fúria súbita deste tempo que corre a dois compassos: o eufórico e o depressivo.
A neurastenia que apanhou os Portugueses é o reflexo deste Tempo em crise existencial paralela ao efeito da outra dolorosa crise imposta pela ganância de quem explora o "vil capital " sobre quem não o tem.
No Mundo
A Europa está branca, imersa em intempérie, com centenas de viaturas retidas nas estradas devido ao volume excessivo da neve que não cessa de cair. Os Aeroportos são obrigados a cancelar vários voos e muitas Escolas fecham por causa da acessibilidade se ter tornado impossível.
Na Venezuela, 100 mil pessoas foram atingidas pelas chuvas que provocaram múltiplas inundações, obrigando-as a abandonar as respectivas habitações.
As informações das Agências Noticiosas veiculam que "La Niña' está na origem das fortes chuvas que, só este ano, fizeram mais de 174 mortos e afectaram 1,6 milhões de pessoas.
Centenas de socorristas colombianos tentavam ontem encontrar sobreviventes entre os escombros do bairro La Gabriela, nos arredores de Medellín, onde meia centena de casas foram arrasadas por um desmoronamento de terras. As autoridades já conseguiram recuperar 17 cadáveres, alguns deles de crianças, mas há ainda 106 desaparecidos. É a pior tragédia desta temporada de chuvas, particularmente longa devido ao "La Niña". As operações de socorro decorrem lentamente e envolvem mais de 700 pessoas (incluindo amigos e familiares das vítimas), que trabalham com pás e picaretas na esperança de encontrar sobreviventes. "Perdi mais de metade da minha família: perdi a minha mãe, quatro irmãos, os meus sobrinhos e as minhas filhas de 13 e 10 anos"; disse à agência Reuters Orfanely Madrigal, uma dona de casa que assistia em lágrimas à remoção dos escombros."
E assim vai o nosso Mundo de (des)concerto em desconcerto.
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