domingo, 17 de outubro de 2010

A espécie humana


" Se tivesse de fazer o inventário da espécie humana, eu diria que ela é composta por dois tipos contrários: os imbecis que se crêem génios e os génios que se crêem imbecis. "

Jean Guitton, in " Cartas Abertas ", Editorial Notícias

" Mas a mais bela de todas  as dúvidas acontece quando os frágeis e desencantados erguem a sua cabeça e deixam de acreditar  nos seus opressores."

B. Brecht , in " Elogio da Dúvida"

"Ser diferente não equivale a ser outro - ou seja, não equivale a possuir essa curiosa qualidade de «alteridade», comum a tudo o que existe e que, para a filosofia medieval, é uma das quatro características básicas e universais que transcendem todas as qualidades particulares. A alteridade é, sem dúvida, um aspecto importante da pluralidade; é a razão pela qual todas as nossas definições são distinções e o motivo pelo qual não podemos dizer o que uma coisa é sem a distinguir de outra.
Na sua forma mais abstracta, a alteridade está apenas presente na mera multiplicação de objectos inorgânicos, ao passo que toda a vida orgânica já exibe variações e diferenças, inclusive entre indivíduos da mesma espécie. Só o homem, porém, é capaz de exprimir essa diferença e distinguir-se; só ele é capaz de se comunicar a si próprio e não apenas comunicar alguma coisa - como sede, fome, afecto, hostilidade ou medo. No homem, a alteridade, que ele tem em comum com tudo o que existe, e a distinção, que ele partilha com tudo o que vive, tornam-se singularidades e a pluralidade humana é a paradoxal pluralidade dos seres singulares. "

Hannah Arendt, in " A Condição Humana", São Paulo , Universitária, 1987

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