Cada dia que passa uma nova derrapagem é anunciada e todas convergem contra os mesmos: aqueles que não derraparam , mas que são constantemente empurrados por uma incompetente e embusteira governação. É o desemprego, é a miséria de um trabalho insuficiente, é a fome, é, enfim, a criminosa indignidade do lucro devorando a equidade e impondo a penúria alargada.
Ontem, a pedido ou em aparente conluio , o Senhor OCDE, Secretário Geral, anunciou como medidas necessárias para a redução do famigerado défice português o aumento cego de impostos , a congelação dos salários dos funcionários públicos e etc...(que de tão virulento nem se enumera).
Ora, se a cegueira continua e este Governo promove as sugestões tão oportunas deste perito transnacional, a miséria propagar-se-á, atingindo aqueles que num malabarismo colossal pagam à autarquia local o imposto sobre a casa que é apenas o tecto e o chão que lhes restam.
O Orçamento que todos os dias nos persegue com cenas dramáticas de rompimento amoroso, qual folhetim mediático, revalida-se, agora, nas propostas vindas do exterior e formuladas com as medidas apontadas pela OCDE. Assim, novamente o Governo (vil e mesquinhamente) incólume e solidário declara-se obrigado a tomar essas opções impostas pela situação de crise internacional e jamais pela negligência comprovada da sua acção. Ninguém aponta austeridade. Ninguém extingue as constantes inaugurações grandiosas do Presidente do Conselho e dos seus subordinados , ninguém acaba com os Institutos , Fundações, Comissões, Conselheiros, Pareceres e Grupos especializados em apoio e promoção de um Governo moribundo e tóxico. NINGUÉM.
Os luxos adquiridos que têm esvaziado os cofres públicos com a compra sucessiva de automóveis de grande cilindrada, com a utilização desmedida de cartões de crédito pelos governantes e afins, com a realização de banquetes ostentórios de uma opulência artificial, com a iniquidade de atribuir reformas exorbitantes a grupos de elite protegida, com a promoção de imagem através de um novo riquismo bacoco afundam a dignidade de um povo e conduzem à míngua dependência dos outros que nos sobrelevam com imposições humilhantes. E a divída pública aumenta e reitera essa dependência, obrigando-se a um consecutivo vergonhoso leilão internacional que também consecutivamente é repudiado, atingindo limites de licitação que assustam e reduzem Portugal ao lugar menor do continente mais velho e tolerante do mundo: a Europa da civilização humanista. E é essa Europa que vem para a rua, amanhã. O direito à indignação, o direito ao emprego e o direito básico de ser GENTE estará na rua, em manifestação. Esperemos pelo amanhã.
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