"Adoecer" é o novo romance de Hélia Correia, uma "biografia romanceada", que retrata a vida de uma grande mulher, arrojada e diferente, que contra preconceitos e temores viveu um grande amor , na segunda metade do Sec. XIX. Esta relação amorosa entre a modelo, pintora e poetisa Elizabeth Siddal e Dante Gabriel Rossetti, pintor e poeta, cresce no seio de uma pesada sociedade vitoriana naturalmente adversa a este tipo de amantes.
Hélia Correia descobriu Elizabeth Siddal através da imagem de "Ofélia", um quadro famoso de John Millais, em que Siddal, a protagonista Lizzie do seu romance, serviu de modelo. Essa descoberta já tem muito tempo e confessa a escritora que se tratou de um deslumbramento que nunca mais a abandonou. Assim, percorreu os lugares londrinos por onde passou Elizabeth, pesquisou o Sec. XIX bem como a vida desta mulher que se desenvolveu no ambiente inovador dos pré-Rafaelitas e das pré-feministas.
Para Hélia Correia escrever a história de Lizzie é quase como fazer também a sua autobiografia.
Hélia Correia descobriu Elizabeth Siddal através da imagem de "Ofélia", um quadro famoso de John Millais, em que Siddal, a protagonista Lizzie do seu romance, serviu de modelo. Essa descoberta já tem muito tempo e confessa a escritora que se tratou de um deslumbramento que nunca mais a abandonou. Assim, percorreu os lugares londrinos por onde passou Elizabeth, pesquisou o Sec. XIX bem como a vida desta mulher que se desenvolveu no ambiente inovador dos pré-Rafaelitas e das pré-feministas.
Para Hélia Correia escrever a história de Lizzie é quase como fazer também a sua autobiografia.
O romance inicia-se com uma visita ao túmulo da família Rossetti, no cemitério de Highgate: «À cripta dos Rossetti não se acede de modo confortável. Eu não sei se o teixo que a ensombra é ainda o mesmo que foi plantado para o primeiro enterro. Os teixos são longevos, isso é certo. As inscrições nas lápides mantêm os nomes dos seus mortos bem legíveis. A humidade inglesa não foi tão implacável como é do seu costume. As chuvas deslizaram pelas pedras como se as respeitassem. Com excepção da que assinala Lizzie. O texto que o buril afundou nela ganhou alguma qualidade orgânica. Águas e águas se depositaram, chamando os musgos para a reprodução. Está deitada na terra, a sua laje, muito verde, marcando uma diferença na família que nunca foi a sua. Apesar de italianos, os Rossetti podiam dar lições de frieza aos londrinos em especial no modo de tratar noras indesejadas. O único Rossetti que a amou, e, ainda assim, de singular maneira, foi sepultado longe, junto ao mar. Não quis que o enterrassem junto dela.Tinha a certeza de que não se morre e não era a certeza dos cristãos.»
Esperam-nos páginas assombrosas de intensa qualidade literária. A arte da escrita de Hélia Correia é sempre um prémio de profundo e imenso prazer para nós leitores.
O romance "Adoecer" de Hélia Correia e o livro de poesia "Necrophilia" de Jaime Rocha, construido à volta deste mesmo tema, vão ser lançados por Relógio D'Água Editores.
Esperam-nos páginas assombrosas de intensa qualidade literária. A arte da escrita de Hélia Correia é sempre um prémio de profundo e imenso prazer para nós leitores.
O romance "Adoecer" de Hélia Correia e o livro de poesia "Necrophilia" de Jaime Rocha, construido à volta deste mesmo tema, vão ser lançados por Relógio D'Água Editores.
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