segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

LIBERDADE: "Je chante avec Toi Liberté" por Nana Mouskouri

Uma excelente interpretação de Nana Mouskouri em " Je chante avec Toi Liberté" de "Va, pensiero", (Coro dos Escravos Hebreus) da Ópera Nabucco de Giuseppe Verdi.
"Nabucco" foi uma das primeiras óperas de Verdi. Estreou no Scala de Milão, em 1842. Os fragorosos aplausos com que o público do Teatro Alla Scala de Milão consagrou, a 9 de Março de 1842, o Coro dos Escravos Hebreus durante a estreia da ópera Nabucco asseguraram ao seu autor, Giuseppe Verdi (1813-1901), um lugar definitivo no panteão dos grandes compositores italianos. Com muitas liberdades históricas, o argumento de Nabucco fala da dominação dos hebreus por Nabucodonosor e isso identificava-se com o sentimento do povo italiano daquela época. Quando o coro lançou os primeiros acordes daquela melodia tão simples quanto sublime, cantando as célebres palavras "Va pensiero sull’ali dorate" uma espécie de fagulha espiritual percorreu a plateia.
A Itália atravessava um momento histórico crucial. Não existia ainda como nação, era fragmentada em vários estados. A Lombardia, região da qual Milão era a capital, encontrava-se sob a férrea dominação do Império Austríaco. O anseio popular pela libertação, que logo mais se reflectiria nas árduas batalhas do "risorgimento", o movimento pela unificação italiana, era forte e genuíno. O público que esgotava a sala do velho teatro, naquela noite mágica, identificou imediatamente os sofrimentos dos judeus, cuja pátria fora invadida e dominada pelos babilónios, com a humilhação que os milaneses eram obrigados a padecer sob o domínio dos austríacos. A partir desta metáfora, "Va Pensiero" tornou-se o símbolo musical do "risorgimento" e é, ainda hoje, o hino da liberdade de todos os povos.

Trecho inicial do ensaio "A Presença Judaica na Ópera", publicado no livro Contos de Óperas e Cantos, de Sergio Casoy (Editora ALGOL, 2009), gentilmente cedido pelo autor.




Quand tu chantes je chante avec toi liberté
Quand tu pleures je pleure aussi ta peine
Quand tu trembles je prie pour toi liberté
Dans la joie ou les larmes je t'aime
Souviens-toi de jours de ta misère
Mon pays tes bateaux étaient tes galères
Quand tu chantes je chante avec toi liberté
Et quand tu es absente j'espère
Qui-es-tu? Religion ou bien réalité
Une idée de révolutionnaire
Moi je crois que tu es la seule vérité
La noblesse de notre humanité
Je comprends qu'on meure pour te défendre
Que l'on passe sa vie à t'attendre
Quand tu chantes je chante avec toi liberté
Dans la joie ou les larmes je t'aime
Les chansons de l'espoir ont ton nom et ta voix
La chemin de l'histoire nous conduira vers toi
liberté, liberté...

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