domingo, 4 de junho de 2017

Ao Domingo Há Música

" (...) Não. Que os sons enlouquecidos saibam regressar
sempre que possam,
gratuitos na prosa das nossas vidas, 
fabulosos na muita ou pouca imaginação
de quem os ouve,
e tão singulares como o feliz
que os consiga entender.
Que eles venham recolhidos nos instrumentos
do tempo,
soltos do mar, numa estrada de nuvens,
livres da fala das ondas,
tímidos e perfeitos, 
sós.
(...)"
Armando Silva Carvalho, in  " Os sons - A Sombra do Mar", Assírio & Alvim Ed., 2015

Os sons fabulosos e perfeitos de Wolfgang Amadeus Mozart, em Violin Concerto No. 3 in G major, K. 216,  pela violinista Hilary Hahn , acompanhada pela Stuttgart Radio Symphony Orchestra, sob a direcção do Maestro Gustavo Dudamel.
I. Allegro (00:00)
II. Adagio (10:35)
III. Rondeau. Allegro (21:00)

Sobre Armando Silva Carvalho
Poeta e tradutor, Armando Silva Carvalho morreu no passado dia 1 deste mês, aos 79 anos, nas instalações da Santa Casa da Misericórdia das Caldas da Rainha, vítima de doença prolongada, anunciou em comunicado a Porto Editora.
Armando Silva Carvalho nasceu em 1938, em Olho Marinho, Óbidos, e era um dos mais importantes poetas portugueses da actualidade, tendo ainda recentemente vencido o prémio literário  Casino da Póvoa de Varzim 2017,  com o seu último livro "A Sombra do Mar", publicado pela Assírio & Alvim.
Armando Silva Carvalho licenciou-se em Direito, tendo também frequentado o curso de Filosofia da Faculdade de Letras.  A advocacia não lhe ocupou muito tempo. Focou-se no ensino, na tradução e no jornalismo, onde foi colaborador do Jornal de Letras, do Diário de Notícias. 
Traduziu obras de autores como Becket, Aimé Cesaire, Jean Genet e Marguerite Duras.
A primeira obra publicada, “Lírica Consumível”, em 1965, foi distinguida com o Prémio Revelação da Sociedade Portuguesa de Escritores. Em vida foram-lhe atribuídos vários prémios como o Grande Prémio de Poesia APE, o Prémio Fernando Namora, o Grande Prémio DST Literatura e o referido Prémio Casino da Póvoa."

1 comentário:

  1. Armando Silva Carvalho! Morreu um poeta... e morreu-se poeta!... Uma dicotomia interessante. A doença vinha-o tolhendo, mas publicou, publicou, até ao último minuto. Esteve vivo. E vai continuar vivo até que o possamos ler muitas vezes!...

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