terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Há tantos dias


Há tantos dias que não sei de ti.
Escrevias. Muito. 
Palavras douradas que cintilavam.
Esperava-as. Sempre.
Era a tua escrita que vinha acender
o dia. Que começava.

Compostas  num compasso imperecível
chegavam. De longe.
Palavras luminosas que  esplendiam
um brilho. Intenso.
E era na luz e no  som que traziam 
que te achava. Em mim.

Há tantos dias que se hauriram
de silêncio. Surdas.
Perderam-se  na forma e no sabor que 
lhes vestias.  Ausentes, 
os dias  deixaram de crescer  em mim. 
Aqui. Sem ti.
M. de Verrières, in "Dias de Poesia"

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