domingo, 12 de junho de 2016

Ao Domingo Há Música

                          
                                   A música do jazz é uma inquietação acelerada.
                                                                       Françoise Sagan

Inquietação, paixão, prazer, enlevo, sonho, evasão,  alegria há de tudo na Música. Aos primeiros acordes, os sentimentos compõem-se e agregam-nos num crescendo que se estende para lá da audição. A música muda-nos. Altera tudo. Entra, invade,  apropria-se sem que se manifeste qualquer resistência. Em verdade, nunca se sabe se é ela que nos toma se somos nós que nos deixamos ir. Sabemos  que, quando chega, se funde e  somos apenas música. É esse o sortilégio ansiado.
Fomos escutar, de novo,  James Blood Ulmer. Invocamos  algumas das palavras que sobre ele   tínhamos transcrito:  desdenhou da segurança e do conforto de cada sucesso para mudar tudo. Aderiu ao método harmolódico de Ornette Coleman com o fito de ir mais além, estabelecendo uma nova forma de afinar o seu instrumento. Encheu o jazz de funk, de rock e mesmo de folk e até na cena norte-americana dos blues está a deixar marcas. Nenhum dos idiomas musicais da diáspora afro-americana sai incólume dos seus dedos: misturam-se, confundem-se e ficam profundamente renovados. É um gigante da música do século XX e deste início do XXI, independentemente de géneros e tendências.

James 'Blood' Ulmer , em Satisfy (Story Of My Life).

James 'Blood' Ulmer&Alison Krauss, em Sitting on top of the world.

Sem comentários:

Enviar um comentário