terça-feira, 8 de março de 2016

Celebrar o dia da Mulher é...



   Vamos vencer. Nunca se renda. Nunca desista da luta. A hora é agora.                                              in Suffragettes
A conquista de direitos, num mundo desigual, foi sempre uma aspiração constante de homens e mulheres. A História Universal  relata quão difícil foi e continua a ser abater o jugo dos mais poderosos sobre o Mundo. Eliminar barreiras, destruir fortalezas, construídas em falsas  ideologias, em falaciosas  doutrinas, tem sido uma milenar batalha que se mantém até à actualidade.
Quando os homens se acreditaram mais fortes , suseranos e representantes de um poder que se vestia masculino, as mulheres foram sucessivamente acordando para uma realidade que as excluía. Conscientes do seu lugar na ordem social, agregaram-se e foram afirmando o seu lugar  de pleno direito . Foi uma longa travessia, uma longa noite até ao seu reconhecimento. Contudo,  falta muito para que todas as vozes sejam ouvidas no mundo inteiro. Muitas vozes femininas são silenciosas. O medo é  o pior algoz. Extrai do ser humano a capacidade  de se afirmar, de se sentir gente, de lutar pela liberdade mais elementar: ter direito a ser uma pessoa com individualidade própria.
Num mundo que é assimétrico e predominantemente masculino em muitos sectores, ser mulher no Séc. XXI  não é usufruir  de igual estatuto em todos os países que compõem o nosso mundo.
No longínquo dia 8 de Março de  1917, as mulheres russas fizeram uma nova greve  , um protesto para exigir “paz e pão”. Muitas mulheres continuam a lutar pelo mesmo. Não se trata de um ideal, de uma regalia, de um direito que se alcance através de reivindicações, de formas de luta, generalizadas pelos sindicatos, mas  vergonhosamente trata-se de uma condição fundamental para a sobrevivência do Homem: um lugar possível para crescer e viver. 
E o mundo continua em guerra. E os rostos da fome, dos espoliados e das mulheres em fuga estão já  prostrados nos campos sujos de lama e de vergonha da Europa.
Celebrar o dia da Mulher é  olhar de frente esta realidade. Resolver. Clarificar. Estender a mão . E lutar para que esta iniquidade não se repita. 
É a hora.

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