sábado, 3 de outubro de 2015

Caronte, lua de Plutão



Fotos da NASA mostram Caronte, lua de Plutão
Fotos da NASA mostram Caronte, lua de Plutão
Plutão já não é o único “ponto” no céu a chegar em toda a glória de fotos de alta definição. A NASA acabou de divulgar imagens de Caronte (Charon em Inglês), a maior lua do planeta anão.
“As fotos oferecem uma vista estonteante e informativa. Mais um pequeno passo em revelar a misteriosa história do sistema de Plutão.
Charon tem metade do diâmetro de Plutão, e encontra-se em rotação fixa com o planeta anão. Isto significa que ambos os corpos têm sempre a mesma face virada uma para a outra, de maneira similar à Terra e Lua. Mas são as únicas semelhanças. Charon não é um calhau morto cheio de pó e crateras, mas sim de enormes desfiladeiros, montanhas e partes coloridas, o que indica a presença de grande variedade de materiais naturais. Isto é evidente no polo norte vermelho do satélite (apelidado de “Mordor Macula”), onde a equipa “New Horizons” crê existir hidrocarbonetos orgânicos, transferidos de Plutão.
Algo notável em Charon, exibido nas imagens em grande detalhe, é uma cicatriz massiva mesmo no meio. É um enorme sistema de desfiladeiros que se estende por 1600 quilómetros, talvez até ao outro lado. A NASA diz que os desfiladeiros são quatro vezes mais compridos, e duas vezes mais fundos, que o Grand Canyon. É o tipo de formação geológica que só pode ter ocorrido num mundo bastante activo, o que era a última coisa esperada pela NASA numa lua deste tamanho e tão afastada no Sistema Solar.
“Surpresa” tem sido o tema desde o voo da New Horizons este Verão. Poucos esperavam que Plutão tivesse vastas montanhas, fluxos exóticos de gelo, uma atmosfera visível e reservas de metano. A mesma “surpresa” ocorre com Charon e a sua superfície diversa. Há, com certeza, mais surpresas por vir, já que ainda falta chegar 90% da informação recolhida pela sonda.”
Responsável da missão a Plutão na Universidade do Minho
‘Mom’ liderou missão a Plutão, que levou a sonda ‘New Horizons’ numa viagem de 5,7 mil milhões de quilómetros para captar as primeiras imagens do planeta-anão.
Alice Bowman, apelidada de ‘Mom’, a mulher que liderou a missão da NASA a Plutão, vai estar, na próxima segunda-feira, dia 5, na Escola de Ciências da Universidade do Minho (ECUM) para uma palestra sobre a sua experiência e os desafios no espaço. A sessão, intitulada ‘Reaching for New Horizons’, vai decorrer às 15h30, no anfiteatro B1 do campus de Gualtar, em Braga. A iniciativa tem o apoio da Embaixada dos EUA em Portugal. A entrada é livre, mediante inscrição prévia na ECUM.
Em Julho, o mundo foi surpreendido com as primeiras imagens do planeta-anão Plutão, graças à sonda ‘New Horizons’ da agência especial NASA. Alice Bowman trabalhou, desde 2001, para o sucesso desta viagem de 5,7 mil milhões de quilómetros. “Realizei um sonho de infância. Agradeço a todos e, por favor, digam às crianças e a qualquer um para fazerem algo pelo qual estão apaixonados, entreguem-se a esse desafio e não se vão magoar”, disse na altura a física norte-americana, que é conhecida por ‘Mom’, a abreviatura do seu cargo ‘Mission operations manager’ e a forma carinhosa de ‘mãe’.
A ‘New Horizons’ segue extra-missão para tentar chegar, em 2019, a uma pequena rocha gélida além de Plutão. Será a primeira sonda terrestre a estudar de perto um corpo da cintura de Kuiper, nos confins do sistema solar. Alice Bowman interessa-se desde a infância por ciências espaciais e até pensou ser astronauta, mas sente-se mais segura em terra firme. Quis ter uma profissão desafiadora e de ‘caminhos difíceis’ na faculdade, investigando, por exemplo, sistemas de distribuição de medicamentos, simulações por computador e detectores infravermelhos. A carreira da cientista da Universidade Johns Hopkins levou-a à oportunidade de uma vida: liderar a equipa de operações da missão histórica a Plutão.
De acordo com a UMinho, Bowman “coordenou a sonda robótica com a viagem mais longa de sempre, procurando manter a equipa focada num projecto de uma década por todo o sistema solar e lidando com imprevistos técnicos a longa distância, como receber os dados com cinco horas de diferença”, explica em comunicado a academia minhota. Houve, ainda, momentos marcantes, nomeadamente usar os painéis solares da sonda para reorientar a rota junto a Mercúrio, capturar o vulcão em erupção na lua Io perto de Júpiter ou, naturalmente, descobrir o formato de coração na superfície de Plutão.
Para os jovens cientistas e engenheiros, o conselho de Alice Bowman é: “Escolham uma carreira pela qual tenham paixão; não percam uma oportunidade que surja fora da ‘zona de conforto’; explorem e aprendam sobre coisas diferentes; saibam que o trabalho duro compensa; e não limitem os vossos sonhos”. Gazeta do Rossio

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