quarta-feira, 10 de junho de 2015

Kwanza, rio embrulhado em verde

“(...) a noite  atraía-me e decidi dar outro passeio(...). No céu ardiam silenciosamente as estrelas. Sentei-me aos pés de uma grande árvore, estátua da noite, e tentei fazer um resumo do que havia visto, ouvido, cheirado e sentido(...) O que me atraía? Era difícil responder: Human kind cannot bear much reality. Sim, o excesso de realidade se transforma em irrealidade, mas essa irrealidade se havia convertido, para mim, num súbito terraço desde o qual me projectava. Em direcção a quê? Ao que se encontra além e que ainda não possui um nome...” Octavio Paz, in Vislumbres de la India., Ed. Austral. Barcelona, España, Abril de 2012.

O excesso de realidade foi este imenso  Rio Kwanza , em Angola, que nos transporta muito para além daquilo que podemos absorver. Um além muito maior, insondável que não tem nome , nem nomenclatura. Apenas faz levitar  num estado de fascinação quase  como o espanto inicial que dá princípio à vida. 

















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