sábado, 21 de março de 2015

Sobre a Poesia XIX


            Um dos méritos da poesia, que muita gente não percebe, 
                                é que  ela diz mais que  a prosa e em menos palavras que a prosa.
                                                                                                              Voltaire 

No dia mundial da Poesia, publica-se a XIXª edição de Sobre a Poesia, espaço onde os poetas falam da própria poesia,  preenchida com as  palavras de um poeta maior  da literatura portuguesa, Eugénio Lisboa.
Quando se nomeia  Eugénio Lisboa  surge de imediato o vulto do credenciado e exímio ensaísta  e do crítico literário de excelência. Laborioso conhecedor e devotado intérprete de vasta poesia e de  incontáveis obras literárias, tem produzido , ao longo de décadas, páginas preciosas e únicas para estudo da Literatura Universal. Aprendemos e extasiamo-nos com as descobertas que  nos faz desvendar. A Literatura deixa de ser apenas um aglomerado de obras para ser, em cada registo eugeniano, a obra. A luminosidade que lhe vem do saber acumulado e do gosto profundo pela leitura tem o poder de nos contagiar, numa contaminação compulsiva e duradoura.  A palavra é nele uma ferramenta que manuseia com perícia e mestria. Resistir à escrita de Eugénio Lisboa é um acto impossível. Há uma sedução que nos prende e um glamour que nos deslumbra, embora como homem da ciência inclua  no discurso a clareza, o rigor e a precisa medida. É nesse habitat festivo e lúcido que a escrita de Eugénio Lisboa vive para nos encantar. 
Os recentes volumes publicados das suas memórias, "Acta est Fabula", são um hino à arte da escrita e  a afirmação de que é mestre em qualquer género literário. Obra de um riquíssimo fôlego narrativo vem demonstrar que não há  géneros nobres ou menores em Literatura. Com estes três volumes de memórias e um próximo no prelo, Eugénio Lisboa dá uma lição àqueles que menorizam  a escrita autobiográfica. O Grande Prémio de Literatura Biográfica 2012/2013, da Associação Portuguesa de Escritores (APE), que   foi atribuído ao volume I de Acta est Fabula é apenas um sinal da grandeza deste projecto memorialístico de Eugénio Lisboa. Com ele fica registado o caminho, o pulsar de uma criança de um bairro humilde  da  extinta  Lourenço  Marques ( Moçambique)  que se transformou num dos maiores intelectuais portugueses da actualidade. Através desse percurso , vislumbra-se  a   História Cultural dos séculos XX e XXI. Repositório de uma intensa diáspora , esta obra constrói-se de diferentes memórias onde a pátria é o lugar ou lugares que só  Eugénio Lisboa pôde escolher. E nessa escolha  está a dimensão humanista e universal deste escritor  e a irrecusável opção de fazer nossa esta  "Acta est Fabula". 
Poeta singular,   a par da sua imensa e variada obra, tem publicados dois livros de Poesia: Matéria Intensa,1985, Prémio Poesia Cidade de Lisboa, e  O Ilimitavel Oceano, 2001.
A poesia é, de facto, o fruto/de um silêncio que sou eu, sois vós,/por isso tenho que baixar a voz /porque, se falo alto, não me escuto. Palavras sábias do poeta brasileiro Ferreira Gullar que respeitarei para dar voz a Eugénio Lisboa, em dois magníficos registos sobre poesia. O primeiro extraído do livro "As vinte e cinco notas do texto" e o segundo da sua obra  em dois tomos, " Índicíos de Oiro II".
                                     
Eugénio Lisboa 
O trecho que se apresenta é um excerto do Prefácio de Eugénio Lisboa ao livro de Carlos Néjar, Os Viventes.
 "Tenho cada vez mais dificuldade em falar de poesia, sobretudo quando ela é grande poesia (o caso deste livro  de Néjar) , isto é , quando se situa naquela feliz e inquietante zona de ambiguidade entre a fala e o silêncio, entre o que diz e o que é, entre o que se lança no papel e o que se guarda nas gavetas  do indizível. Por outras palavras , compreendo cada vez melhor  ( com angústia, com má consciência, com alegria, com ironia e com medo) as palavras turvamente luminosas de Claudel: " O mon âme! le poëme n'est point fait  de ces lettres que je plante comme des clous, mais du blanc qui reste sur le papier". Sinto cada vez mais que se fala a pretexto de, à volta de, que se profana com a tepidez dos nossos comentários um tanto estéreis , essa  extrema corda tensa  que é um poema  (" Ça  a toujours kékechose  d'extrème/ un poème", dizia Raymond Queneau, numa das suas fulgurações sulfuricamente " cocasses"). Álvaro de Campos, que era um heterónimo de outro heterónimo chamado Fernando Pessoa-ele-mesmo, costumava duvidar  de que houvesse " grandes poetas  neste mundo fora do silêncio dos seus corações". Que dizer dos críticos  desses poetas , tecendo comentários sobre um silêncio reluntantemente  quebrado  e esticando, afinal de contas, uma corda mais flácida ( Sê-lo-á?). A poesia de Carlos Nejar não vem diminuir , vem, pelo contrário, acentuar a minha perplexidade. E o seu último livro , Os Viventes ( este cujo pudor violamos), com toda  a sua invasora necessidade discursiva de testemunhar ( " Vai , transeunte, contar em Lacedemónia...), com toda a sua densidade dura e compacta , com toda a sua retórica  contida e cantada, a um tempo presa e desencadeada, com todo o seu apetite  de dizer sibilinamente minado por uma vontade ainda mais forte de ser poema, sublinha ainda mais as interrogações milenárias que a poesia levanta.
(...) A música é sempre , em última análise, mesmo quando se esconde  e disfarça, a componente vital  da grande poesia. Os testemunhos , mesmo dos tempos  mais chegados, abundam, desde Verlaine (" De la musique  avant toute chose"), até Ezra Pound  ( " Music  rots when it gets  too far from the dance . Poetry atrophies  when it gets  too far  from music"). O canto preserva e redime. Pela  via do canto , " o nada"/é da mesma flor/ que tudo." Por isso informa, com simplicidade e orgulho:
Me procuram 
na cintura
deste canto.
E aludindo à dor, diz  distanciando-se 
Não fico nela, 
quando existe o canto.
Arte poética, portanto, destinada a durar. Música ao serviço de um falar poético que é um compromisso feliz  entre a nossa eliotiana conversa de todos os dias e aquele  " falar de certo modo como que acima de uma boca mortal", que Ben Jonson sugeria que a poesia deveria ser. E também um pacto entre um enorme e obstinado esforço e um resultado às vezes miraculoso:
és tua própria promessa,
és tua própria fadiga.
Londres, Janeiro  de 1979 ( Eugénio Lisboa,in As Vinte E Cinco Notas  Do Texto, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1987) 
Estocolmo
A  Construção de um Poema
"Em Dezembro de 1976, saí definitivamente de África, rumo à Suécia, via Lisboa .(...)  A neve, o conforto, a calma – eu ia dizer: a apatia – de tal modo contrastavam com os tempos de vida, calor, criação e perigo que vinha de viver, que corria claramente o risco de me esquecer de toda uma parte importante da minha vida. A vivência desse contraste violento e a consciência dolorosa e forte desse iminente esquecimento desencadearam em mim uma vontade irresistível de registar, de imediato, tudo isso: Podia, eventualmente, desaparecer, em mim, dentro de mim, mas o texto ficaria para outros. Mesmo que eu próprio, que tão fortemente o vivera, mais tarde, ao lê-lo, já o não reconhecesse, ou o não reconhecesse com toda a força e evidência que em mim tivera, no momento de o viver – e de o escrever.
Que forma dar-lhe?, foi a pergunta que a mim próprio fiz. Uma carta a um amigo? Uma página de diário? Um pequeno ensaio? Um conto? Mais ambiciosamente: um romance? Um poema? Logo se impôs, como quase inevitável, a ideia de um poema; com a sua linguagem concentrada, intensa, alusiva, metafórica, um pouco (mas só um pouco) enigmática, de algo que se vela mesmo quando se desvela, opaco e transparente, provocador e sedutor. E logo me ocorreu um personagem com quem convivera em Moçambique e que, para mim, personificava esse mundo de “húmida, vegetal espessura” de que vinha para a “neve que faz mal”: José Craveirinha, de quem fora (e ainda sou) amigo, com quem conversara quase quotidianamente e sobre quem escrevera (e, na Voz de Moçambique, publicara o primeiro texto de fundo que, sobre a sua poesia se publicou). Craveirinha seria a referência, a imagem humana que me sustentaria na elaboração do poema e, mais ostensivamente, aquele a quem o poema seria dedicado para que melhor se descodificasse, no poema, o sentido um pouco secreto.
No mesmo momento em que tudo isto congeminava, lia, um pouco ao acaso, textos de Pessoa recolhidos por David Mourão-Ferreira no livro O Rosto e as Máscaras. Muito em particular, o poema “O último sortilégio”, de que um ou outro verso serviu, para mim, de motor de arranque. Pessoa perturba-me, às vezes repele-me, mas frequentemente estimula-me. Quem tem um verso (que provoca) e uma vontade irresistível de “fixar” qualquer coisa – tem um poema. A angústia de ter de escrever que precede o acto de realmente escrever começou a ser rapidamente substituída pela convicção (forte) de que o poema estava garantido. Uns versos propiciadores (ou fracções de versos) – os de Pessoa -, uma vivência forte e quase intolerável que se não podia perder nas fragilidades da memória, uma referência aglutinadora e simbólica (José Craveirinha), eis os principais fermentos de que dispunha para consumar a alquimia do poema. Enquanto o não realizasse não teria paz. A neve de um lado a e a verde espessura do outro criavam um diferencial propiciador que o medo do esquecimento (obliteração) ajudava a mover-se em direcção ao poema. Começava a sentir-me melhor, por outras palavras, quase indiscretas, começava a sentir que estava quase salvo. Certas palavras começaram a impor-se: “neve”, “mineral”, “gelado”, para simbolizarem o exílio, a emigração arrefecedora que me caíra em sorte; ou, do outro lado, a “chuva” que “fecundava” a “terra de ouro” e propiciava a “vegetal espessura” de um mundo que ficara para trás... Com esta vontade forte de me salvar, de me não deixar esquecer, apoiado no arranque que me propiciavam um ou dois versos de Pessoa (também, para mim, símbolo de um certo frio de que às vezes fujo), munido de alguns vocábulos que na minha cabeça e na minha sensibilidade se impunham obsessivamente, o poema, dentro de mim, construía-se. Construía-se no sentido de lhe faltar só o que era realmente importante: uma linguagem articulada capaz de produzir, nas palavras de Valéry, “algo de novo e de capital importância” (nem que só para mim). E construía-se com uma estranha pressa, como se tivesse receio de se desvanecer pelo caminho se rapidamente se não deixasse agarrar. E foi assim que, numa tarde branca mas sem luz, numa Estocolmo onde lambia feridas arranjadas num paraíso que acabava de perder, foi assim, digo, que, numa espécie de transe e com uma rapidez improvável, compus o poema que abaixo transcrevo e mais tarde (oito anos mais tarde) viria a incluir no meu primeiro livro de poesia. Parecia-me que tinha encontrado, para a minha obsessão, uma articulação necessária e a música adequada, uma espécie de balanço inevitável capaz de me salvar e salvar um pouco de um passado intenso que aquela peculiar e fria latitude ameaçara obliterar.

NO TEMPO EM QUE, FERNANDO

Era terra de sol e alegria,
de húmida, vegetal espessura:
ali a minha voz acontecia,
com o ritmo do sangue e da negrura.

Agora, a neve branca cobre a estrada,
com seu manto de noite e solidão.
Já, se o círculo traço, não há nada,
se não fora gelada vibração.

Era terra de ouro fecundada,
força macha, leal, apetecida.
Era chuva, magia visitada,
era sal, sugestão de força ardida.

Agora é só o branco que faz mal
ao filho cujo sal já emigrou.
A vida, agora, é lisa, mineral,
o coração, gelado, sossegou.

Estocolmo, 31. de Janeiro de 1977

Dizia Marcel Proust que " o tempo , que altera as pessoas, não altera as imagens que delas temos". É que a memória quer preservar, na sua  frescura inicial , aquelas pessoas, aqueles momentos de felicidade intensa, aqueles encontros, aquelas descobertas deslumbrantes  que o progredir implacável do tempo ameaça destruir ou apagar. Escrevemos , no fundo, para prolongarmos dentro de nós " a terra de sol e alegria" que um frio branco e posterior  ameaçaria  destruir . Ou para recuperarmos, de forma  mais perene, num dia de chuva, numa South Bank qualquer, na Europa, um cheiro a terra molhada que vinte anos antes nos enchera de estranha felicidade numa remota cidade do continente africano."
Eugénio Lisboa , in " Indícios  de Oiro, volume II" , Imprensa Nacional- 
Casa da Moeda, Lisboa 2009
Alguns poemas do livro O Ilimitável Oceano de Eugénio Lisboa

A Criação do Mundo

O ponto não tem dimensões, disse-o o grego
assim descobrindo a geometria que havia
antes que houvesse criação: porisso, o cego,
mas rigoroso, já tudo se construía.


Anaxágoras ou o Astrónomo

Qual o fim da vida?, foi-lhe alguém perguntar.
E ele: o sol, a lua, os céus investigar.

Euclides

Um percurso exacto.
Um discurso claro.
O rigor em acto.
O escuro raro.

Galileu

As leis do movimento perscrutaste,
com paciência e cândido olhar.
Com o mesmo olhar o vasto céu sondaste,
humilde mas altivo no ousar.

Copérnico

O céu que viste era o céu
de Ptolomeu. Mas diferente
foi a forma de o olhar.
No modo de julgar, teu,
a Terra, astro movente, demitiu-se de pensar
que era o centro do mundo:
assim ver, que abalo fundo!

Hipótese - II ( O Outro Inverno)

Um frio  estelar rouba à glória a memória.
Ao mais e ao menos uma fria brisa alisa.
Arrefecido o homem , já da sua história
fica só nada, que o fluir do tempo pisa.
Do que fomos, nem de nos termos esquecido
traço fica. Inocente , o tempo, liso ,flui,
nem sabendo que não sabe . O já ter sido
é nem ter chegado a ser: o passado alui.
Eterno, sem lembranças, o frio acontecido.

Eugénio Lisboa, in O Ilimitável Oceano, Edições Quasi, Março 2001

OBRAS DE EUGÉNIO LISBOA
–  José Régio. Antologia, bibliografia, introdução e notas. Porto: Livraria Tavares Martins, 1957. –  Cónica dos Anos da Peste – I. Estudos, ensaios e recensões. Lourenço Marques: Livraria Académica, 1973 (2.ª ed., Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1996). –  Crónica dos Anos da Peste – II. Estudos, ensaios e recensões. Lourenço Marques: Livraria Académica, 1975 (2.ª ed., Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1996). –  Versos e Alguma Prosa de Jorge de Sena, antologia e introdução, Lisboa: Arcádia e Moraes, 1978. –  José Régio – A Obra e o Homem. Ensaio, antologia, antologia crítica e bibliografia activa e passiva. Lisboa: Editora Arcádia, 1976 (2.ª ed. revista e aumentada, Lisboa: Dom Quixote, 1986). –  O Segundo Modernismo em Portugal. Ensaio. Lisboa: ICALP, 1977 (2.ª ed., Lisboa: ICALP, 1984). –  Jorge de Sena, antologia, introdução, antologia crítica e bibliografia, Lisboa: Presença, 1984. –  Estudos sobre Jorge de Sena, selecção e introdução, Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1984. –  José Régio – Uma Literatura Viva. Ensaio. Lisboa: ICALP, 1978 (2.ª ed., 1992).
–  A Matéria Intensa. Poesia. Baden: Peregrinação, 1985 (2.ª edição, Lisboa: Instituto Camões, 1999). –  Poesia Portuguesa – do «Orpheu» ao Neo-Realismo. Ensaio. Lisboa, 1980 (2.ª ed., Lisboa: ICALP, 1986). –  As Vinte e Cinco Notas do Texto. Ensaios e recensões. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1988. –  José Régio ou A Confissão Relutante. Ensaio, antologia e bibliografia. Lisboa: Rolim, 1989. –  Organização e prefácio de uma antologia de contistas portugueses dos séculos XIX e XX (em versão inglesa), em 2 vols: vol. I, The Anarchist Banker and Other Stories; vol. II, Professor Pfiglzz and His Strange Companion, Carcanet Press, Manchester, 1997. Com L. C. Taylor e Michael Schmidt, dirigiu, para a editora Carcanet Press, a série “Aspects of Portugal”, que incluiu, em traduções para inglês, obras de Camões, Fernão Mendes Pinto, Fernando Pessoa e Eça de Queirós (quase toda a ficção). De Fernando Pessoa, além de uma antologia com traduções de Keith Bosley, publicaram-se o Livro do Desassossego (The Book of Disquietude) e uma substancial antologia – A Centenary Pessoa –, incluindo poesia e prosa e um vasto aparato crítico (este livro foi da responsabilidade conjunta de E. Lisboa e L. C. Taylor). Na série “Aspects of Portugal”, incluem-se ainda vários livros de Charles Boxer; The Grand Peregrination de Maurice Collis; They Went to Portugal Too de Rose Macauley; In the Wake of the Portuguese Navigators de Michael Teague e A World on the Move de Russell Wood. Para esta mesma editora, co-dirigiu a série “From the Portuguese”, que inclui livros de Miguel Torga, José Rodrigues Miguéis, Jorge de Sena, David Mourão-Ferreira, José Régio e Teixeira Gomes.
Para a editora Dedalus, co-organizou (com Hélder Macedo), prefaciou e anotou uma antologia de contos fantásticos portugueses, em tradução, para inglês, de Margaret Jull Costa. – O  Objecto Celebrado. Ensaios e estudos. Coimbra: Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, 1999. –  Portugaliae Monumenta Frivola. Ensaios e crónicas. Lisboa: Universitária, 2000. –  O Essencial sobre José Régio. Ensaio. Lisboa: Imprensa Nacional- -Casa da Moeda Lisboa, 2001. –  O Ilimitável Oceano. Poesia. Vila Nova de Famalicão: Quasi, 2001. –  No Eça nem com uma Flor se Toca – Eça Visto por José Régio (organização, selecção e introdução de Eugénio Lisboa). Lisboa: Instituto Camões, 2002. –  Direcção da edição de 15 volumes da obra de José Régio (incluindo a Correspondência e o Diário Íntimo, inéditos), no Círculo de Leitores, 1993/1994. –  Edição em curso da Obra Completa de José Régio, na Imprensa Nacional-Casa da Moeda (direcção, coordenação e alguns prefácios). –  Indícios de Oiro. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2009. –  Ler Régio. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2010.
–  Acta Est Fabula. Memórias I - Lourenço Marques, 1930-1947.Opera Omnia, 2012.
– Acta Est Fabula. Memórias III - Lourenço Marques Revisited - 1955- -1976. Opera Omnia, 2013.
-  Acta Est Fabula.IV.Peregrinação: Joanesburgo . Paris . Estocolmo . Londres – 1976-1995: Opera Omnia, 2014
Prémios Literários
–  Prémio da Cidade de Lisboa, 1985, pelo livro de Poesia A Matéria Intensa. –  Prémio Jacinto do Prado Coelho (Associação Internacional dos Críticos Literários), em 2000, pelo livro Portugaliae Monumenta Frivola. Grande Prémio de Literatura Biográfica 2012/2013, da Associação Portuguesa de Escritores (APE), em 2014,pelo livro Acta Est Fabula. Memórias I - Lourenço Marques, 1930-1947
Distinções
–  Membro da Academia das Ciências de Lisboa –  Medalha de Mérito Cultural da Câmara Municipal de Cascais. –  Doutor Honoris Causa pela Universidade de Nottingham –  Doutor Honoris Causa pela Universidade de Aveiro –  Membro do Conselho Geral da Fundação da Universidade de Aveiro.

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