quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Vaidade das vaidades, tudo é vaidade

"Eu vi tudo o que se passa debaixo do Sol e eis que achei que tudo era vaidade." Palavras do Eclesiastes

Eclesiastes lido por Luís Miguel Cintra: capítulo primeiro
«Palavras do Eclesiastes, filho de David, rei de Jerusalém: Vaidade de vaidades, disse o Eclesiastes, vaidade de vaidades, e tudo vaidade. Que tira mais o homem de todo o seu trabalho com que se afadiga debaixo do sol? Uma geração passa e outra geração lhe sucede, mas a Terra permanece sempre firme
Foi com estas palavras que o actor e encenador Luís Miguel Cintra abriu a leitura do livro do Eclesiastes, no último domingo, 31 de Outubro de 2011, na Capela do Rato, numa sessão com entrada livre.
O autor deste livro do Antigo Testamento, também conhecido por Qohélet, ou Coélet, chama a atenção para a finalidade da existência humana, consciente da radical insuficiência do homem, face à realidade da morte.


Luís Miguel Cintra lê o Eclesiastes (1)

Luís Miguel Cintra lê o Eclesiastes
Em entrevista ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura,o actor e encenador Luís Miguel Cintra fala da leitura do Apocalipse, proferida no mesmo local em Junho deste ano, do Eclesiastes e do texto das Escrituras que gostava de voltar a interpretar.
Sobre a leitura do Eclesiastes confidencia o actor: «O padre Tolentino disse-me que gostava que eu viesse mais vezes ler textos à Capela do Rato. ‘Não gostava de ler o Eclesiastes?’, perguntou-me. ‘Eu nunca li o Eclesiastes’, respondi. ‘Vai ser uma coisa que, de certeza, vai adorar’.
De facto, o texto toca em todos os temas que povoam a minha cabeça e com que me debato continuamente. São questões que têm a ver com a exaltação dos valores humanos, da meditação sobre a morte, começando logo com aquela frase famosa ‘Vaidade das vaidades, tudo é vaidade’.
Ao conhecer a Bíblia um pouco mais, ficamos com uma noção muito mais rica do que são os livros sagrados. É um conjunto de textos de natureza muito diferente, que constitui uma espécie de herança que forma a nossa cultura e a nossa identidade. A Bíblia não é só a história da vida de Cristo. A Bíblia é uma quantidade de outras coisas que no seu todo formam uma visão do mundo, ou até várias visões do mundo, que se congregam em torno de alguma coisa que os primeiros cristãos consideraram pertencer a uma mesma maneira de ver a vida.»

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