quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

106º Aniversário de Manoel de Oliveira

Manoel de Oliveira estreia filme no dia em que faz 106 anos
"Produtora admite conversas para novos projectos, que dependem «da disponibilidade física e de saúde» do realizador.
A curta-metragem «O Velho do Restelo», a mais recente obra de Manoel de Oliveira, estreia-se esta quinta-feira em Portugal, dia em que o realizador completa 106 anos.
«O Velho do Restelo» é descrito pelo actor Ricardo Trêpa como a visão de Manoel de Oliveira dos «tempos que correm, que não são famosos, através de escritos antigos e feitos de grandes figuras da cultura portuguesa e não só».
Da parte da produtora O Som e a Fúria, Luís Urbano afirmou que a recepção ao filme no circuito de festivais foi «entusiástica» e que tem havido conversas sobre futuros projectos, dependentes «da disponibilidade física e de saúde» de Manoel de Oliveira, admitindo que, com o realizador, «tudo é possível».
Ricardo Trêpa, neto de Manoel de Oliveira, realçou o ânimo do realizador, sublinhando que «a saúde, para ele, não é uma barreira».
«Até partir, assim será o raciocínio dele. Sempre foi um lutador. Não é agora que vai desistir de uma máxima de vida que é: eu quero e hei de conseguir. Vai até ao fim acreditar que vai fazer mais filmes».
A curta-metragem reúne, num banco do século XXI, Dom Quixote, o poeta Luís Vaz de Camões e os escritores Teixeira de Pascoaes e Camilo Castelo Branco, a partir, precisamente, de um texto de Pascoaes.
O filme baseia-se em partes do livro «O Penitente», de Teixeira de Pascoaes, tem argumento do cineasta e teve estreia internacional no Festival de Veneza, em Setembro.
Numa entrevista publicada em Novembro pela revista norte-americana Variety, Manoel de Oliveira disse que «O Velho do Restelo» é uma «reflexão acerca da humanidade».
A estreia do filme em território nacional concretiza-se esta quinta-feira, no Cinema Ideal, em Lisboa, e no âmbito do festival Porto/Post/Doc, no Porto.
«O Velho do Restelo» vai ser exibido com três outras curtas-metragens de Oliveira: «Os Painéis de São Vicente», de 2010, o documentário de estreia «Douro, Faina Fluvial», de 1931, e «O Pintor e a Cidade», de 1956."DD
Manoel de Oliveira recebeu a Legião de Honra francesa por "carreira fora do comum"
“A cerimónia decorreu no Museu de Serralves, no Porto, com a presença do embaixador de França em Portugal. O realizador agradeceu em francês
O realizador Manoel de Oliveira foi hoje distinguido com a Legião de Honra francesa, por uma carreira que o embaixador francês em Portugal, Jean-François Blarel, descreveu como "fora do comum", marcada por laços de amizade com aquele país.
Numa cerimónia que decorreu no Museu de Serralves, no Porto, o embaixador francês salientou as ligações francófonas de Manoel de Oliveira, mostrando "orgulho por que parte da obra tenha sido realizada em França" e em francês, lembrando as diversas distinções que o realizador português já recebeu ao longo da carreira, desde o prémio Robert Bresson à Palma de Ouro pela carreira, em Cannes.
"É para mim uma grande honra receber, da parte da França, esta distinção", afirmou Manoel de Oliveira, em francês, antes de agradecer à França e de dizer "Viva o cinema!" perante uma assistência que incluía o secretário de Estado da Cultura, o presidente da Câmara Municipal do Porto e o realizador João Botelho.
O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, relatou que, muitas vezes, é questionado sobre se Manoel de Oliveira é do Porto: "Eu costumo dizer que o Porto é de Manoel de Oliveira."
Jean-François Blarel elencou a série de vidas contidas nos quase 106 anos - a completar na quinta-feira - do realizador de "Douro, Faina Fluvial", desde o ator de "Fátima Milagrosa" ao dançarino de "Inquietude", passando por tantos outros.
O diplomata sublinhou tratar-se de um "realizador genial, sempre de uma modernidade radical, sem cessar de se colocar em causa, de explorar novas estéticas e manifestando sempre a consciência forte do valor artístico do cinema".
Por seu lado, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, em comunicado, enalteceu hoje o realizador Manoel de Oliveira como uma "referência do cinema nacional e mundial", no dia em que o cineasta foi distinguido pelo Governo de França.
Passos Coelho afirmou, no comunicado, que se "congratula com a atribuição, por parte do Estado francês, das insígnias de Grande Oficial da Legião de Honra de França ao realizador Manoel de Oliveira".
O primeiro-ministro recordou ainda que o Estado português também já distinguiu a "carreira ímpar de Manoel de Oliveira", com a Comenda da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada (1980), com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada (1988) e com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D.Henrique (2008)."DN, 9.12.2014

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