quarta-feira, 5 de novembro de 2014

"Olhe que não", Senhora Chanceler!

Esta famosa expressão de Álvaro Cunhal é suave para contrariar as declarações  da chanceler Merkel sobre Portugal. Embora oriunda da Alemanha de Leste, esta dignitária da política alemã tem um sonho de grandeza e de hegemonia sobre os demais países que me assusta. Em cada declaração que faz, sobe o tom da sua ambição. Nem Salazar era tão claro nos  desejos de um país inculto. No entanto, o fervor hitleriano levou ao fogo milhares e milhares de livros. A fogueira apagava a fonte do conhecimento. E se os livros não chegaram, queimou também quem o detivesse. Esse era  inimigo do totalitarismo nazi. 
Todos sabemos que num país onde não se privilegia a Educação é um país condenado ao fracasso. A nossa história recente, após a revolução, tem sido a favor do acesso ao Ensino para todos. A Universidade deixou de ser o lugar dos privilegiados, mas sim a casa aberta por onde todos podem entrar. A chanceler quer-nos de volta ao passado. Resta saber se ao passado português se ao passado da sua Alemanha? 
Eis a notícia do meu espanto:
"A chanceler alemã, Angela Merkel, disse, esta terça-feira, que países como Portugal e Espanha têm demasiados licenciados, o que faz com que não tenham noção das vantagens do ensino vocacional.Citada pela agência de informação financeira Bloomberg, a chanceler alemã afirmou que o enfoque nos estudos universitários como um feito de topo da carreira é algo do qual deve haver um afastamento.
"Caso contrário, não conseguiremos persuadir países como Espanha e Portugal, que têm demasiados licenciados", dos benefícios do ensino vocacional, acrescentou a líder alemã, durante uma intervenção na confederação das associações patronais daquele país (BDA, na sigla em alemão).
De acordo com dados do gabinete de estatísticas europeu, em 2013, 25,3% da população da União Europeia entre os 15 e os 64 anos tinha completado estudos superiores, enquanto a percentagem portuguesa era de 17,6% e a alemã de 25,1%.
Na cabeça da lista encontrava-se a Irlanda, com 36,3% da população entre os 15 e os 64 anos licenciada, seguindo-se o Reino Unido com 35,7%, estando a Roménia (com 13,9%) e a Itália (com 14,4%) no final da lista."JN

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