quinta-feira, 10 de julho de 2014

Dar voz à Cultura

"A Fundação Cupertino de Miranda em parceria com a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão vai realizar, nos próximos dias 11 e 12 de julho, CARMINA 1, encontro de poesia coordenado por Tolentino Mendonça e Pedro Mexia.
CARMINA pretende reunir um grupo de especialistas em literatura, fazendo deste um evento único no universo da poesia. Nomes como Sousa Dias, Alex Villas Boas, Fernando J. B. Martinho, Maria João Reynaud, Rosa Maria Martelo, Maria João Costa, Frederico Lourenço, Jorge Sousa Braga, Rui Lage e Pedro Sobrado fomentarão conversas com o intuito de nos aproximarem das interrogações de Deus na poesia.
No dia 12 será apresentada a antologia Verbo — Deus como interrogação na poesia portuguesa publicada pela Assírio & Alvim.
“Deus como interrogação, assim se chama a antologia, porque Deus existe, na poesia como na vida, em modo interrogativo, mesmo para quem tem fé. Esta não é uma antologia para crentes ou para não-crentes, é uma antologia de poesia que dá exemplos de um tema, de um motivo, de uma obsessão, exemplos portugueses, numa época que também nos deu Claudel, Eliot, Luzi ou Milosz, poetas com uma questão, com uma pergunta que nunca está respondida.”
Dos poetas antologiados estarão presentes Armando Silva Carvalho, Carlos Poças Falcão e Fernando Echevarría que promoverão uma conversa moderada por Pedro Mexia e Tolentino Mendonça."
22 de Julho de 2014
18h00
Auditório da Reitoria da Universidade Nova de Lisboa
Entrada mediante convite

"O escritor Mário Vargas Llosa vai receber do Reitor da Universidade Nova de Lisboa, António Rendas, o grau de Doutor Honoris Causa, proposto por Nuno Júdice, docente do Departamento de Línguas, Culturas e Literaturas da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da universidade. Com o apoio da Casa da América Latina, a cerimónia vai ter lugar no dia 22 de Julho, às 18h00, no Auditório da Reitoria da UNL, no Campus de Campolide. A entrada no evento está condicionada a inscrição após convite.
A atribuição do título justifica-se pela relevância da obra no contexto da literatura ibero-americana, reconhecida, em 1994, pelo Prémio Cervantes, e, num plano mundial, pelo Nobel da Literatura, recebido em 2010. A estes adicionam-se ainda o Prémio PEN/Nabokov, o Prémio Príncipe das Astúrias e o Prémio Grinzane Cavour.
Nascido em 1936, Mário Vargas Llosa é conhecido pela sua crítica à hierarquia de castas sociais e raciais vigente ainda hoje no Peru – seu país de origem – e na América Latina. Docente universitário e político, Vargas Llosa é uma personalidade intelectual de grande vulto e um dos mais importantes escritores da América Latina e do mundo.
De acordo com o poeta Nuno Júdice, “tendo como cenário, nos primeiros romances, o Peru e o espaço social em que decorre a primeira fase da sua vida, tratando questões ligadas à iniciação e maturação do homem, Vargas Llosa criou personagens que ficam inscritos na História literária dos séculos XX e XXI. Mas vai para além da sua pátria, a que sempre se dedicou nomeadamente quando, num momento difícil, foi candidato à Presidência do Peru, os seus romances são imprescindíveis para conhecermos a História do continente sul-americano, os seus conflitos e a sua sociedade, sendo exemplos maiores ‘As guerras do fim do mundo’, em que descreve a guerra dos Canudos no Brasil, e o seu penúltimo romance de 2010, ‘O sonho do Celta’, em que traça um retrato impiedoso da colonização europeia da África negra, para além de obras que o afirmaram na transformação da linguagem romanesca do século XX, ao lado de García Márquez.”.CAL


Ano Cortázar prossegue com concerto
26 de Julho
21h30
Teatro da Trindade

"No centenário do nascimento de Júlio Cortázar, o compositor e músico Daniel Schvetz apresenta O Tango e Cortázar. A primeira parte, intitulada O tango tradicional e o novo tango, tem como convidada especial a fadista Mísia. Na segunda parte, Schvetz apresenta Misatango, uma obra em texto latino e com a estrutura original de uma missa e a musicalidade do tango. A Misatango será interpretada pelo Coro de Câmara de Lisboa, sob a direcção musical da maestrina Teresita Marques."
Para além de Mísia, O tango tradicional e o novo tango conta com Ana Pereira (1º violino), Filipa Serrão (2º violino), Joana Cipriano (viola), Cláudia Serrão (violoncelo), Pedro Wallenstein (contrabaixo) e Pedro Santos (acordeão).
O evento, inserido no Ano Cortázar, é uma iniciativa da Casa da América Latina com a Fundação José Saramago, e conta com o apoio da Embaixada da Argentina em Portugal".CAL

Dar palco a quem procura “um lugar onde existir”
"O dramaturgo chileno Juan Radrigán foi o convidado da última sessão do Ciclo sobre Teatro na América Latina. No dia 1 de Julho de 2014, no Teatro D. Maria II, Radrigán – que escreve para teatro desde os 42 anos e produziu já 42 guiões – juntou-se à actriz e encenadora Natália Luiza numa conversa sobre a sua obra. Mas antes assistiu a uma curta encenação da sua obra Factos Consumados (Hechos Consumados no original), pelos actores José Neves, Manuel Coelho e Paula Mora.
Natália Luiza começou por introduzir a obra de Radrigán como dando destaque a situações trágicas, ainda que desconstruindo-as com humor. Mais do que isso, reagiu o dramaturgo, na sua obra está patente a vivência de quem busca “um lugar onde existir” no seio da sociedade, algo muito forte em contexto ditatorial, como o do regime de Augusto Pinochet. De acordo com Radrigán, as suas personagens “querem viver, coisa muitas vezes difícil em ditadura. Há muitos obstáculos, sobretudo quando [as pessoas] são pobres”. “O poder não tem rosto”, acrescentou.
A dramaturgia de Radrigán é, assim, “muito existencial” (nas palavras de Natália Luiza), aborda o tema do amor e, mais recentemente, metafísica. É também tendencialmente triste: “Sinto-me melhor com a tristeza. Sei que a alegria existe, mas não a encontro muito por aí”. No Chile, onde vive, “o espaço humano mais povoado, onde há mais gente, é a solidão”. Os chilenos são em geral pessoas com “poucos desejos e objectivos” de vida, alegou, referindo ainda que na sociedade chilena é muito forte o tema da “ausência do pai, a ausência de alguém a quem amar ou odiar”.
Radrigán disse ainda que “para uma obra final de 40 páginas” escreve, ainda e sempre à mão, “umas 300″. As personagens, que cria a partir de retalhos de várias pessoas com quem se cruzou pessoal ou profissionalmente ao longo dos anos, podem ser compreensíveis por pessoas “de qualquer lugar do mundo”. CAL


Academia Latina distingue Carlos do Carmo com Grammy pela sua obra
“Carlos do Carmo, um dos nomes históricos do fado, vai receber em Novembro um Grammy pela sua obra. A decisão foi tomada por unanimidade pelo Conselho Directivo da Academia Latina (Latin Academy of Recording Arts and Sciences) e foi comunicada directamente ao cantor na tarde de segunda-feira, 30 de Junho. É a primeira vez que um português recebe tal distinção.
No comunicado da Academia, que refere Carlos do Carmo como “um dos maiores fadistas do seu tempo” — realçando a influência da mãe, Lucília do Carmo, na sua carreira —, diz-se que as afinidades pessoais do cantor com a canção francesa e a bossa nova criaram nele “um inequívoco e definitivo estilo que o distingue como uma das mais icónicas vozes da música portuguesa”. A Academia refere ainda o papel-chave de Carlos do Carmo na bem-sucedida candidatura do Fado a Património da Humanidade.
Esta notícia é conhecida num momento em que ainda se celebram os 50 anos de carreira do cantor, comemorados com reedições históricas, concertos, um disco de parceria com fadistas das novas gerações (Fado É Amor) e uma exposição na Cordoaria Nacional.
O Grammy Lifetime Achivement Award, anunciou hoje a agência do cantor, será entregue a Carlos do Carmo no MGM de Las Vegas, EUA, no dia 19 de Novembro, mês em que, segundo a mesma fonte, se estreará um documentário sobre a sua vida.” Público

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