terça-feira, 3 de junho de 2014

A nação é de todos

“A nação é de todos. A nação tem de ser igual para todos. Se não é igual para todos, é que os dirigentes, que se chamam Estado, se tornaram quadrilha. Se não presta ouvido ao que eu penso e não me deixa pensar como quero, se não deixa liberdade aos meus actos, desde que não prejudiquem o vizinho, tornou-se cárcere. Não, os serranos, mil, cinco mil, dez mil, têm tanto direito a ser respeitados como os restantes senhores da comunidade. Era a moral de Cristo: por uma ovelha... Se os sacrificam, cometem uma acção bárbara, e eles estão no direito de se levantar por todos os meios contra tal política.” Aquilino Ribeiro, in “Quando os Lobos Uivam”, Livraria Bertrand, 1958
Aquilino Ribeiro nasceu a 13 de Setembro de 1885 no concelho de Sernancelhe, freguesia de Carregal, e morreu a 27 de Maio de 1963. "Publicou em vida 69 livros distribuídos por áreas tão diversas como a ficção, jornalismo, crónica, memórias, ensaio, estudos de etnologia e história, biografias, crítica literária, teatro, literatura infantil, polémicas a que nunca se furtava e traduções (às vezes muito livremente recriadas) do latim, grego, espanhol (o D. Quixote, por exemplo), francês e italiano.
Com uma vida pessoal rica e intensa, Aquilino estudou no Liceu de Lamego, depois iniciou os estudos de filosofia em Viseu. A pedido da mãe foi para os seminário de Beja, mesmo se o que menos se lhe conhecia era vocação religiosa.
Acusado de bombista em 1907, devido à explosão em sua casa de uns caixotes de explosivos que levaram à morte de dois correligionários, acabou detido por fazer parte do Partido Republicano.
Não descansou enquanto não se evadiu da cadeia e encontrou refúgio em Paris. Depois de proclamada a República veio a Portugal, mas frequentara já na Sorbonne os cursos de Filosofia e Sociologia.
O escritor morreu há meio século. Um homem que se assumia como uma força da natureza, e para quem a natureza era o palco maior da vida que em cada instante imaginava e reconstruía.”

1 comentário:

  1. Ha "Baroes" que quando passam à reserva, recebem um suplemento de biberão, queres 200, 300, ou o biberão cheio, a fim dizem eles de se reintegrar. quando vim da guerra colonial nao recebi um centavo; eu ou nos que abdicamos da juventude para defender nao sei o quê. Agora dao-nos uma mao-cheia de nada. Talvez chegue para comprar um pedaço de pão, uma cebola e um pedaço do sabão, como dizia certo soviético. Onde estão os Aquilinos de hoje? Porca miséria.

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