domingo, 15 de dezembro de 2013

Ao Domingo Há Música

Amor, amor, amor, como não amam
os que de amor o amor de amar não sabem,
como não amam se de amor não pensam
os que de amar o amor de amar não gozam.
Amor, amor, nenhum amor, nenhum 
em vez do sempre amar que o gesto prende
o olhar ao corpo que perpassa amante
e não será de amor se outro não for
que novamente passe como amor que é novo.
Não se ama o que se tem nem se deseja
o que não temos nesse amor que amamos,
mas só amamos quando amamos o acto
em que de amor o amor de amar se cumpre.
Amor, amor, nem antes, nem depois,
amor que não possui, amor que não se dá,
amor que dura apenas sem palavras tudo
o que no sexo é o sexo só por si amado.
Amor de amor de amar de amor tranquilamente
o oleoso repetir das carnes que se roçam
até ao instante em que paradas tremem
de ansioso terminar o amor que recomeça.
Amor, amor, amor, como não amam
os que de amar o amor de amar o amor não amam.
Jorge de Senain "Peregrinatio Ad loca infecta" , 16.06.1965,  "Antologia Poética", Edições Asa , pgs.157-158

A Poesia, a Música e a Dança são artes maiores que  podem dar forma a qualquer sonho. Quando o amor  anda no ar , o Homem sonha . E se as convoca , os milagres acontecem, explodem , materializam-se , revelando-lhe a magnitude desse sentimento.
Eis como  Thomas Feiner  o sentiu  em " For Now (Love in Thoughts )".

E, num desenho de corpos, intenso,  audacioso onde imperam a volúpia e a sedução , Aurélie Dupont e Manuel Legris resplandecem na  celebração do amor . A dança e a música fundem-se nos labirintos da descoberta e da entrega dos amantes." Le Parc"  é uma obra de 1994, com coreografia de  Angelin Preljocaj, criação sonora de Goran Vejvoda  e a espantosa música de Wolfgang Amadeus Mozart  que se transformou num ícone do Ballet da Ópera de Paris.  Eis o último acto,   "3º  Abandon  pas de deux" ,  numa excelente interpretação. 

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