sábado, 9 de fevereiro de 2013

Desastres climáticos


 O alarme de uma forte tempestade de neve na costa nordeste dos Estados Unidos levou ao cancelamento de mais de três mil voos.

"Os norte-americanos aguardam  uma grande tempestade de neve de proporções históricas que pode cobrir várias cidades e com ventos semelhantes aos de um furacão.Os meteorologistas temem que a tempestade possa superar a intensidade da «Great Blizzard» de 1978, quando foram registados 51 mortos.Boston e Nova Iorque são as cidades onde devem ocorrer os maiores problemas. Nos aeroportos, mais de 4300 voos foram cancelados, segundo a BBC, incluindo as ligações da TAP entre Newark e Lisboa. Os comboios estão parados e os condutores estão proibidos de circular em algumas estradas – em Massachussets, o governador anunciou que quem não respeitar esta ordem pode mesmo sujeitar-se a um ano de prisão. As autoridades preparam-se para o pior.Cerca de 40 milhões de pessoas podem ser afectadas pela tempestade, das quais 25 milhões vivem nos estados de Massachussetts, Rhode Island, Connecticut, Maine e Nova Iorque, onde já foi decretado o estado de emergência.Os meteorologistas estimam que a altura da neve chegue aos 90 centímetros e as rajadas de vento atinjam os 120 quilómetros por hora. As pessoas foram aconselhadas a encher a despensa e a ficar em casa até que passe a tempestade, baptizada de Nemo.Os efeitos do nevão começaram a sentir-se na sexta-feira mas as previsões apontam para o agravamento do estado do tempo durante o fim-se-semana. Na sexta-feira, cerca de 350 mil habitações e empresas ficaram sem energia eléctrica nas zonas de Long Island (Nova Iorque), Rhode Island e Massachussets. Há registo de falta de combustível em alguns postos de abastecimento.Em Nova Iorque, a tempestade dificultou a vida aos organizadores da New York Fashion Week, que ia realizar-se numa enorme tenda montada no exterior. Para minimizar os efeitos do mau tempo, foi accionado um “batalhão” de limpadores de neve e reforçada a tenda.A tempestade resulta da convergência de duas frentes de baixa pressão, uma polar e outra sub-tropical, que pode dar origem a uma tempestade “potencialmente histórica”, dizem os meteorologistas.O nevão ocorre numa altura em que a população daquelas regiões ainda está a sarar as feridas causadas pelo furacão Sandy, em Outubro.” Fonte: D.Digital e Público Os moradores estão a precaver-se e a armazenar água e bens de primeira necessidade, registando-se também longas filas em postos de combustível.Em Massachusetts, as escolas estão fechadas e os funcionários de empresas privadas foram orientados para trabalharem em casa.Os serviços ferroviários também foram comprometidos e devem ficar interrompidos durante o dia Inteiro."Fonte: D.Digital, Público e El País
Veja: FOTOGALERÍA 
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Violentos eventos Climáticos repetem-se com uma intensidade crescente
"O ano de 2012 provavelmente ficará na história como um período de eventos climáticos extremos, tendência que tem se mantido nas primeiras semanas de 2013.A China vem enfrentando o pior inverno dos últimos 30 anos; a Austrália sofre com queimadas por todo o país e teve nos quatro últimos meses de 2012 os mais quentes da sua história; o Paquistão foi inundado por enchentes inesperadas em Setembro; o Brasil teve uma de suas primaveras mais quentes e, nos EUA, o último ano teve a temperatura média mais alta na parte continental.Vinte centímetros de neve caíram nesta semana em Jerusalém, cobrindo as ruas e até as palmeiras; tempestade foi a pior em 20 anos.

Vinte centímetros de neve caíram nesta semana em Jerusalém, cobrindo as ruas e até as palmeiras; tempestade foi a pior em 20 anos
               Menahem Kahana - 10.jan.13/AFP
"Todo ano temos tempo extremo, mas é estranho ter tantos eventos extremos ao redor do mundo de uma só vez", disse Omar Baddour, da Organização Meteorológica Mundial.
No Brasil, ainda não há dados consolidados sobre a temperatura média do ano passado, mas, para Jose Marengo, pesquisador do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), os dados até agora apontam uma situação parecida com a dos EUA. "Em 2012, especialmente a partir de Setembro, batemos recordes de temperatura."
No âmbito mundial, as temperaturas foram altas também. Estimativas da Organização Meteorológica Mundial mostram que, entre Janeiro e Outubro de 2012, a temperatura média foi cerca de 0,5º C acima da média do mesmo período entre 1961 e 1990, o que deve levar o ano passado a ser o oitavo ou nono mais quente desde 1850.
Árvore após incêndio florestal que atinge parte da Austrália, que vive uma forte onda de calor
Poderia ter sido pior, mas o ano começou com a presença do fenómeno climático La Niña, que provoca um resfriamento anormal no oceano Pacífico tropical. A média de temperatura registada nos três primeiros meses do ano foi a menor desde 1997.
Marengo destaca a onda de calor que atingiu o Sudeste e o Centro-Oeste do Brasil entre 28 e 31 de Outubro como um dos eventos mais surpreendentes de 2012. A temperatura na capital paulista chegou a 36,6º C no dia 30. "Essas temperaturas não são esperadas na primavera."
No plano mundial, segundo o pesquisador, o efeito do furacão Sandy sobre a cidade de Nova York no fim de Outubro foi bastante marcante.
" Num país que está tão preparado para as mudanças climáticas, com sistemas de alarmes e abrigos, o furacão parou a  cidade mais importante. Isso mostra que ninguém está preparado para um evento extremo."
AQUECIMENTO GLOBAL
Para Baddour, o aumento da frequência dos eventos extremos é um sinal de que a mudança climática não virá só na forma de aumento das temperaturas e sim como anomalias intensas e desagradáveis.
Mas, segundo Marengo, é difícil dizer qual é o peso da actividade humana nesses acontecimentos.
"O que é possível dizer hoje é que existe um componente humano nos eventos climáticos. O que não foi demonstrado ainda é o tamanho desse impacto".
Para este ano, o pesquisador espera anomalias de temperatura nos chamados meses de intervalo, como Maio e Outubro. "No ano passado tivemos um Maio muito frio e uma onda incrível de calor em Outubro." FERNANDO TADEU MORAES em COLABORAÇÃO PARA A Folha  de S. Paulo12/01/2013 .Com o "New York Times

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