quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Um novo Planeta

Exoplaneta mais próximo da Terra encontrado por equipa do CAUP. Centro de Astrofísica da Universidade do Porto descobre planeta a quatro anos-luz do nosso.
Exoplaneta orbita Alpha do Centauro B

O exoplaneta mais próximo da Terra que se conhece está 'apenas' quatro anos-luz e orbita a Alpha do Centauro B, a estrela mais próxima do Sol. Apesar do planeta não ter condições para albergar vida (encontra-se fora da zona habitável), os astrónomos acreditam que pode fazer parte de um sistema planetário mais vasto. Na descoberta, publicada da «Nature», esteve envolvida a equipa do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP).
Entre os mais de 750 planetas extra-solares – ou exoplanetas – confirmados desde 1995 (e mais 2300 pendentes de confirmação) não está ainda aquele que os cientistas procuram: um com as mesmas característica da Terra e, por isso, habitável.
A equipa liderada por Xavier Dumusque, da Universidade de Genebra e do CAUP, e Nuno Santos, um dos co-autores, encontrou este planeta, que tem algumas das características que se procuram.
Denominado Alfa do Centauro B b, o planeta encontra-se a apenas 0,04 unidades astronómicas da sua estrela (ou 25 vezes mais próximo do que a Terra está do Sol), e completa uma órbita a cada 3,236 dias (77 horas e 40 minutos).
A sua massa é semelhante à da Terra e orbita uma estrela do tipo do solar. Apesar de não se encontrar na zona habitável tem uma característica importante: orbita uma das três estrelas que forma o sistema estelar mais próximo da Terra.
A equipa usou dados recolhidos pelo HARPS, entre Fevereiro de 2008 e Julho de 2011. Dumusque explica que as “observações com o HARPS estenderam-se durante mais de quatro anos e revelaram um sinal pequeno, mas real, de um planeta a orbitar Alfa do Centauro B, a cada 3,2 dias”.
Para Nuno Santos este foi um grande desafio. “Deu imenso trabalho! É quase como tentar ouvir uma pessoa a vários metros de distância, durante a comemoração de um golo num jogo de futebol. Estamos a usar o instrumento para além dos limites até agora conhecidos. Isto é muito animador porque nos dá confiança para prosseguir o trabalho no sentido de construir, no futuro próximo, o ESPRESSO6, um instrumento ainda mais preciso e estável”. in "CiênciaHoje" em 2012-10-17

1 comentário: