quinta-feira, 10 de maio de 2012

Eventos Culturais em Maio


Retomamos o anuncio do Congresso Internacional Vergílio Ferreira Da Ficção à Filosofia, no Cinquentenário de Estrela Polar e Da Fenomenologia a Sartre”, organizado pelo CEFi - Centro de Estudos de Filosofia da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, que decorrerá nos próximos dias 17, 18 e 19 de Maio de 2012, na Universidade Católica Portuguesa de Lisboa.

Temática
“Se é milagrosa e gratuita a visão (que em Vergílio Ferreira é súbita e abissal aparição) do «eu» por mim próprio, ela é, mais que tudo, única (isto é, una na sua insular inteireza) por ser fenomenologicamente constitutiva da radical inapropriabilidade desse eu que não é propriamente o meu eu, o eu que sou, sem, porém, me ser todo nesse eu que me vejo ser. Daqui o problema, insolúvel em Vergílio, da incomunicabilidade radical desse «eu» insular, problema este que o autor, certamente o mais problematizante do século XX, se não mesmo da história da literatura portuguesa, coloca como elemento estruturador do seu romance “Estrela Polar”, todo ele forrado pela impossibilidade de real comunicação entre o eu e o tu, como bem o comprova a obsidiante confusão que do outro feminino faz Adalberto, flutuando sempre entre a imagem dúplice e equivalente de Aida e Alda, irmã que ele não consegue pessoalmente identificar.
É, em Vergílio, radical essa solidão a que estamos condenados, mas que o saber cada um da existência de tantos «eus» análogos ao eu que me vejo se mitiga com a aceitação de uma comunidade de destino, sendo que, nesse destino, o que é realmente comum é o de cada um ter solitariamente o seu.
Esta temática vergiliana sabe-se como se irmana, superando-a de algum modo, com a concepção autárcica de uma «transcendência do eu» em Jean-Paul Sartre.
Eis como o é fértil o terreno que se propõe.”José Antunes de Sousa (2012)

Para mais informações sobre o evento e inscrições, visite o blog do Congresso em http://vergilioferreira.blogspot.com/ou 

Exposição
"10 CIDADES MEXICANAS PATRIMÓNIO MUNDIAL"

Resumo
Exposição de fotografia com imagens das cidades reconhecidas pela UNESCO, no México, como Património Mundial patente ao público no Palácio de Monserrate, em Sintra, de 14 de Abril a 27 de Maio de 2012.

Descrição

Bailarinas de Danzas Regionales_lowres
FOTOGRAFIA10 CIDADES MEXICANAS
PATRIMÓNIO MUNDIAL

Palácio de Monserrate, Sintra
14 de abril a 27 de maio de 2012

Inauguração dia 13 de abril, às 18h30
Desde o dia 14 de Abril  e até 27 de Maio, a Parques de Sintra terá patente, no Palácio de Monserrate, em Sintra, a exposição de fotografia “10 Cidades Mexicanas Património Mundial”, com imagens das cidades reconhecidas pela UNESCO, no México, como Património Mundial: Campeche, Cidade do México e Xochimilco, Guanajuato, Morelia, Oaxaca, Puebla, Querétaro, San Miguel de Allende, Tlacotalpan e Zacatecas.
Esta exposição, iniciativa da Associação Nacional de Cidades Mexicanas Património Mundial (ANCMPM) através da Embaixada do México em Portugal, pretende ultrapassar fronteiras para dar a conhecer uma parte do México, apresentando a riqueza cultural e patrimonial destas cidades.
Sendo Sintra também área listada como Património Mundial pela UNESCO, e tendo em conta a recente recuperação e reabertura do Jardim do México no Parque de Monserrate, a Parques de Sintra considerou ser este o momento e local certos para a exposição, com 40 imagens a cores fortemente representativas da cultura e património mexicanos.
Assim, será possível aos visitantes observarem fotografias de locais como o Templo Maior (centro cerimonial mais importante da vida religiosa e económica dos Aztecas), a Catedral de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, o Palácio das Belas Artes, a Mina de Guadalupe, a Cúpula do Santuário de Guadalupe, as Bailarinas de danças regionais e o Santo Enterro (cerimónia realizada na sexta-feira da Paixão no templo do oratório de São Felipe Néri), bem como a Catedral de Zacatecas, entre muitas outras.
A exposição “10 Cidades Mexicanas Património Mundial” já percorreu todo o México, bem como várias cidades dos Estados Unidos da América (como New York, Washington e São Francisco, entre outras), Canadá, Brasil, Chile, Argentina, Equador, República Dominicana, Áustria, Hungria e Quénia, chegando agora também a Portugal, no Palácio de Monserrate.
A Associação Nacional de Cidades Mexicanas do Património Mundial é um organismo sem fins lucrativos constituído em 1996 que tem como missão a preservação, a divulgação e a promoção do rico património cultural destas cidades.
Monumenta : Daniel Buren dá cor ao Grand Palais

MONUMENTA
Exposição : La Nef du Grand Palais

MONUMENTA convida todos os anos desde  2007 um artista contemporâneo de renome internacional a investir na Nave do Grand Palais uma  obra inédita concebida para esse evento. Após o alemão Anselm Kiefer (2007), o americano Richard Serra (2008), o francês Christian Boltanski (2010) e o britânico Anish Kapoor em 2011, foi concedida "carta branca "  ao francês Daniel Buren.
Daniel Buren é  um dos maiores criadores franceses, com grande prestígio nacional e internacional, pelo que  a 5ª edição do Monumenta no Grand Palais tem a sua relevante marca artística.
Criou uma excêntrica e colorida obra gigante que vai iluminar a nave do Grand Palais de 10 de Maio, hoje, até 21 de Junho de 2012.
Esta exposição é organizada pelo Ministère de la Culture et de la Communication (Direction Générale de la Création Arstisitique), o Centre National des Arts Plastiques e a Rmn-Grand Palais.
Saber mais:MONUMENTA

1 comentário:

  1. ...Notemos a expressão apreensiva de Vergílio António Ferreira na foto escolhida para o cartaz do Congresso Internacional sobre a sua obra literária, desde o seu percurso filosófico que o levaria ao seu percurso ficcional, pasando pela diarística que nos revela o quotidiano deste Homem!... Interrogação ao mundo?!... Interrogação à Fenomenologia de Husserl a Maurice Merlau-Ponty?!... Interrogação ao Existencialismo de Jean Paul-Sartre?!... Diria que sim. A todas essas vertentes. Porém, interrogação... sobretudo ao grande mistério da vida, ao mistério do nascimento e da morte, nunca resolvido, nem decifrado, e sempre actual. Vergílio interrogou-se inúmeras vezes sobre o Ser e o não Ser, sobre o não porquê do sim e o porquê do não, sobre a virtude e o pecado, sobre o sentido do Bem e o desvinculamento do Mal, sobre as correntes pensantes ainda actuais, sobre o destino e o fim absurdo do próprio Fim. Com "Estrela Polar" inicia-se publicamente a concretização da "mudança" anunciada, o processo de comunicação sobre o que lhe absorvia o pensamento desde... havia muito, desde sempre. José Antunes de Sousa estudou profundamente a evolução do pensar de Vergílio ao longo das várias estações da vida do escritor. E observou bem. Leiamos o que deixou escrito, em especial tentando percepcionar melhor essa dualidade e em simultaniedade que se forma entre Aida e Alda, difícil de assumir, como de interpretar o fundo... O ser Alda e o estar em Aida. Questão irresolúvel para o leitor explorar, conquistar. Vergílio era assim, mesmo em pessoa. Nas conversas, era um "provocador" no melhor sentido do termo, obrigando-mos não só a pensar mas a analisar no âmbito da filosofia o porquê do tanto que nos cerca, e das possíveis razões e não razões. Era um Mestre!... Não podemos subir as escadas da livraria "Nazaré" em Évora, sem nos lembramos dele!... Conversar com gente que o conheceu ainda em Évora, sem nos cobrirmos de emoção! Mesmo com aqueles que foram seus alunos no Liceu Camões, em Lisboa... A sua presença, a forte fleuma com que impregnava o seu rosto de "mauzão", a par de uma alma doce e carente, de uma alma feita de excelência, aberta ao mundo, munida de uma ansiedade pelo conhecimento, que o atormentava e perseguia e fez dele Grande! Tão Grande, que passados quase 17 anos sobre a sua morte se verifica a cada dia que decorre uma maior necessidade de conhecerem a pessoa que foi, o seu pensamento, a sua maneira de ver as coisas e as pessoas em si e em tudo. Que prazer se ganhava com as suas conversas (o seu "falatar"...) na sua casa na Avenida E. U. A. em Lisboa, ou em Fontanelas, ouvindo resmalhar os pinheiros com a assoprada dos ventos do oeste!... Lembrá-lo, ainda hoje, nos comove!... Refugiemo-nos na sua obra... Refuiemo-nos "Para Sempre"!...

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