terça-feira, 24 de abril de 2012

Camus e a resistência francesa

Em 25 de Agosto de 1944, após quase cinco anos de ocupação nazi, Paris foi libertada pela 2ª Divisão Blindada francesa e pela 4ª Divisão de Infantaria dos Estados Unidos.
Albert Camus foi um dos grandes da resistência francesa que lutou  contra a ocupação alemã. Como Director do jornal " Combat " não se coibiu de  lançar a palavra contra a opressão, fazendo-o circular obstinadamente  apesar de todos os perigos da guerra prossecutória alemã.
E para que a memória não se apague, recorda-se o que Camus escreveu em 22 de Agosto de 1944:
"Foram necessários cinco anos de luta obstinada e silenciosa para que um jornal nascido do espírito de resistência débil e ininterrupto, no meio de todos os perigos da clandestinidade, pudesse finalmente circular às claras, numa Paris liberta de sua vergonha. Não se pode escrever isso sem emoção. Esta alegria confusa que começamos a ler nos rostos dos parisienses é também a nossa. Mas a tarefa dos homens da resistência não terminou. Houve o tempo da provação, e estamos vislumbrando o seu fim. É fácil para nós acolher um tempo de alegria. Em nossos corações ela toma o lugar que a esperança ocupou durante cinco anos. A ela também seremos fiéis". Albert Camus

1 comentário:

  1. A França claudicara perante a invasão e a opressão alemã. Mas, nem todos se deixaram abater pelo espírito dos homens de Vichy... Houve aqueles que sempre disseram "Não!", e resistiram, resistiram e puderam ver juntarem-se a eles muitos mais partilhando da ideia que não seria o fim do fim, que poderiam continuar por muito mais tempo a reafirmar o mesmo "Não!" dos companheiros. Nesses longos meses, nesses dias de desespero e raiva, nessas horas de incerteza e também algum desânimo, o jornal "Combat", dirigido por Albert Camus, foi uma luz que não deixou a esperança extinguir-se! De Gaulle e outros resistentes estavam (lutavam) fora das fronteiras, ao lado dos Aliados, nem sempre em total sintonia com a resistência interna... A propósito do "Combat", é caso para colocar uma questão de certo modo pertinente. Quanto pode um jornal feito de coragem e abnegação, aliado à vontade, ao desejo de independência, a todo um querer forte, a uma determinação de resistir de um povo?!... A resposta é única. Pode muito, muito!... Compreende-se, assim, toda a emoção de Albert Camus, enquanto escrevia o texto supracitado.

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