sábado, 9 de julho de 2011

Sudão do Sul



Nasceu um novo país, chama-se Sudão do Sul. Tem o tamanho da Península Ibérica, oito milhões de habitantes e riqueza baseada no petróleo. A independência foi declarada depois do referendo que pôs fim a 50 anos de guerra civil com o norte do Sudão.
A União Europeia já  reconheceu  a República do Sul do Sudão, anunciou o seu apoio ao novo Estado e saudou a decisão do Sudão em reconhecer o novo país.
«A União Europeia saúda a decisão do governo do Sudão de reconhecer imediatamente a nova República do Sul do Sudão», refere uma declaração divulgada em Bruxelas em nome da UE e seus estados-membros.
A UE recorda ainda o seu apoio ao acordo de paz assinado a 09 de janeiro de 2005 entre o governo sudanês e os rebeldes do sul que pôs fim a um conflito que fez cerca de dois milhões de mortos." In Diário Digital / Lusa


Entretanto, Nicholas Kristof , publicou, em 07 de Julho de 2011, um artigo no Jornal I sob o título “Sudão, a capital mundial dos crimes contra a humanidade” que nos remete para um horrendo clima de autêntico genocídio, onde o terror reina sem quem o combata e impeça.
“A capital mundial dos crimes contra a humanidade dos últimos tempos não é a Líbia nem a Síria. Há bons argumentos a favor das montanhas Nuba, no Sudão, de onde nos chegam notícias do que parece uma campanha particularmente perversa de limpeza étnica, assassinatos e violações.
No seu esforço para evitar testemunhas, o governo do Sudão vedou o acesso à área a todas as organizações humanitárias e atacou os helicópteros das Nações Unidas. As tropas sudanesas chegaram ao ponto de deter quatro capacetes azuis e sujeitá-los a "um falso pelotão de fuzilamento", comunicou a ONU.
De acordo com um relatório interno das Nações Unidas, as autoridades sudanesas, equipadas com uniformes do Crescente Vermelho do Sudão - a versão local da Cruz Vermelha -, conseguiram afastar muitas pessoas deslocadas do complexo da ONU e desviá-las para um estádio na cidade de Kadugli, onde o seu destino continua incerto.
Os membros das organizações de ajuda ocidentais foram forçados a partir, e há relatos fidedignos de que as tropas governamentais com a colaboração de milícias árabes com apoio do governo estão a abater de forma sistemática pessoas de etnia negra nuba.
"São execuções porta a porta de civis perfeitamente inocentes e indefesos, muitas vezes degolados, por membros das forças especiais de segurança interna", garantiu por email um ocidental com um conhecimento de longa data do país. Este civil, que de momento já não se encontra no local, não quer ser identificado por receio de perder o acesso à região.
O Reverendo Andudu Elnail, um bispo episcopal das montanhas, assegurou-me que as forças do governo sudanês têm atacado muitos cristãos de Nuba. A sua catedral foi destruída por forças armadas, afirma Andudu, que temporariamente se encontra nos Estados Unidos, embora mantenha contacto diário com pessoas da região.
"Estão a matar as pessoas com estudos, especialmente negros, e não gostam da igreja", diz. As mulheres também são violadas por toda a parte, diz Andudu, que calcula o número de mortes em "vários milhares" no estado sudanês de Kordofan Sul.”
Não se trata de um conflito religioso, já que muitos muçulmanos de etnia nuba foram igualmente atacados (inclusivamente, uma mesquita foi recentemente atacada à bomba). Os militares sudaneses têm andado a lançar bombas em mercados e nos poços de muitas aldeias
.”

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