sexta-feira, 1 de abril de 2011

A MENTIRA

“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
muda-se o ser, muda-se a confiança;
todo o Mundo é composto de mudança,
tomando sempre novas qualidades.”
Luís de Camões
«Quem conta uma mentira raramente se apercebe do pesado fardo que toma sobre si; é que, para manter uma mentira, tem de inventar outras vinte». Swift

O primeiro dia de Abril é celebrado como o dia das mentiras. Tradicionalmente, os espíritos mais criativos inventavam  com muito rigor e “veracidade  grandes falsidades que se impunham a quem as escutava. Os media  foram responsáveis por ardilosos enganos que se propagavam como notícias espantosamente verosímeis  apenas nesse dia.
Ora, essa arte deixou de ter qualquer relevo neste nosso Portugal e para que se comprove basta-nos  ler as notícias que os MEDIA divulgaram ontem, 31 de Março. A mentira já não é o que era. A mentira  tem sido a (in)verdade diária que nos tem acometido há anos, há meses, há dias . O primeiro de Abril perdeu a validade ,  a patente foi-lhe sonegada.

José Sócrates, um antipático contra todos
José Sócrates é descrito como «um antipático contra todos» pelo diário espanhol ABC, que o compara a um condutor em contra-mão.
O primeiro-ministro português é comparado pelo ABC a um «condutor que circula a alta velocidade pela auto-estrada em contra-mão, convencido que são os outros automobilistas que estão enganados». Isto devido à convicção de Sócrates de que Portugal não precisa de ajuda externa e que o «país é capaz de superar os seu problemas através dos seus esforços», escreve o jornal espanhol.
«Depois de ter sido derrotado no Parlamento, apresentou a sua demissão e lançou ao seu partido, socialista, a toda a velocidade contra a oposição liberal-conservadora» esperando conseguir «dar a volta às sondagens e regressar ao poder», contextualiza o ABC.
E no entanto, o dito antipático «surpreendeu tudo e todos quando estendeu a mão aos jornalistas antes de se sentar e explicar a sua versão dos factos» na última cimeira europeia em Bruxelas, refere o jornal. Contudo, no final do encontro, Sócrates tinha regressado ao seu registo anterior: «Podem ter certeza que isto não é uma despedida, apesar de estar seguro que seria o que desejam».
O ABC retoma ainda a polémica da licenciatura do primeiro-ministro português: «Temos de nos abster das partes mais importantes da sua biografia [para acreditar em Sócrates] tendo em conta que quatro das cinco disciplinas concluídas foram aprovadas por um professor que mais tarde foi ocupar um importante cargo no Governo de Sócrates. Já a quinta disciplina foi aprovada pelo próprio reitor da universidade privada de Lisboa, que acabou por ser encerrada precisamente pelo cúmulo de irregularidades que foram surgindo à medida que se investigava o escândalo».
Mas «do que se trata agora é de dinheiro» e do «possível colapso de todo o país», afirma o jornal. Segundo o Presidente do Eurogrupo, Jean Claude Juncker, Portugal poderá precisar de mais de 70 mil milhões de euros ao abrigo de um plano de resgate para garantir o pagamento de uma dívida que poderá arrastar a banca espanhola. In Jornal “SOL”

António Barreto: Crise política é "golpe" de Sócrates para se vitimizar
O sociólogo afirmou que a demissão do Governo foi um "golpe" do primeiro-ministro para provocar eleições, vitimizar-se e que aumenta as dificuldades para Portugal se financiar nos mercados.
"Estamos a pedir em más condições, depois de um golpe de Sócrates que provocou eleições para tentar continuar no deslize e no agravamento em que estávamos", afirmou Barreto, que preside à Fundação Francisco Manuel dos Santos, em declarações à agência Lusa, à margem do lançamento do livro de Vítor Bento, "Economia, Moral e Política".
António Barreto acrescentou ainda que o momento actual do país "corresponde à ideia do primeiro-ministro, de provocar uma crise na qual ele possa, eventualmente, passar por vítima".
O presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos acusou ainda José Sócrates de "caluniar" as entidades internacionais "a quem pede ajuda" e de "caluniar os credores" depois de pedir empréstimos. "Esta duplicidade é um péssimo sinal para o exterior", acrescentou, referindo que se Portugal tivesse pedido ajuda externa há mais de um ano, teria estado em melhores condições para o fazer, e em melhores condições para cumprir eventuais programas de reformas económicas. Lusa

1 comentário:

  1. O que Sócrates fez, foi com o intuito de chamar o FMI sem ficar com o seu ónus. Assim, Sócrates cria as condições necessárias e suficientes, para que nem o presidente nem a oposição fiquem com campo de manobra para aprovar o PEC4. Após a demissão do PM pelas razões por ele próprio urdidas, vem agora dizer que como governo de gestão não tem possibilidades de pedir financiamento ao FMI, embora o presidente e os partidos da oposição lhe dêem essa possibilidade e se cooresponsabilizem por esse pedido de financiamento.Como Sócrates ainda acredita que com umas mentiras bem urdidas conseguirá voltar a ser PM, após a sua eventual nomeação, pedirá ajuda ao FMI com o argumento que nessa altura terá de ser devido à irresponsabilidade da oposição. Esta mentira ainda tem a vantagem de caso perca as eleições, poderá dizer que se ele tivesse ganho não necessitaria de recorrer ao FMI, como os que forem eleitos irão fazer.

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