sábado, 5 de fevereiro de 2011

"IN-TOLERÂNCIA - A IN-SUPORTÁVEL DIFERENÇA"


De que falamos quando falamos de intolerância?

Porque somos muito, pouco ou nada intolerantes?

Quais os limites para a intolerância?

Quais os limites para a tolerância?

Estaremos hoje, no século XXI, mais tolerantes ou mais intolerantes?

Estas são apenas algumas das questões que servirão de base à reflexão que iremos desenvolver, no XXIII Colóquio da Sociedade Portuguesa de Psicanálise, que irá decorrer em Lisboa, na Torre do Tombo, nos dias 4 e 5 de Fevereiro de 2011, sobre o tema da Intolerância - "In-Tolerância, a In-Suportável Diferença".
Trata-se de uma tema transversal, nos mais diversos contextos políticos, sociais e científicos, que requer uma reflexão ampla e aberta com as diferentes áreas do saber ao serviço do Homem. Da Filosofia ao Direito, passando pela História, a Sociologia, a Antropologia, a Política, a Genética, a Biologia e novos rumos do conhecimento, todas estas áreas têm procurado reflectir e investigar as raízes dos comportamentos intolerantes que conduzem, em situações extremas, à destruição em massa de seres humanos.
A Sociedade Portuguesa de Psicanálise, ao trazer “à tona de água” as questões da Intolerância/ Tolerância, pretende apresentar o contributo específico do pensamento psicanalítico e, em simultâneo, “abrir portas” a um genuíno diálogo com outras áreas disciplinares e sensibilidades. Procuramos assim, neste questionar plural, um pensamento mais rico, visando um melhor conhecimento da realidade, quiçá mais tolerante.
Somos muitas vezes conduzidos a sentir como é difícil tolerar o diferente, o novo, o estranho.
De que maneira a nossa condição pessoal de incompletude e falha são criadoras de intolerância?
Podemos afirmar que a intolerância não tem rosto? Será ela um risco inerente à natureza humana, na medida em que esta se articula com as questões da diferença e da identidade? Quais as raízes filogenéticas e ambientais do estranho?
Não são só os sistemas totalitários políticos ou religiosos que se impõem pelo uso da intolerância. A pequena/grande intolerância irrompe no domínio privado da família, do quotidiano, da escola, das empresas, das instituições públicas e privadas, na justiça, na ciência, no desporto, na política, na própria Psicanálise, em definitivo, em toda a sociedade.
Quais os limites da tolerância? Para onde caminhamos? Será a sociedade do séc. XXI tendencialmente mais ou menos tolerante?
Seremos capazes de nos desprender de um pensamento dicotómico?
E as novas intolerâncias? (“É proibido não tolerar!”) A perda de referências, dos limites, de regras, as desilusões da sociedade contemporânea, não serão fonte, afinal, de novos radicalismos?
Será que novas intolerâncias vão surgir? Com que violência?
É inevitável associarmos o silenciamento que dificulta a construção de uma narrativa e o branqueamento da memória, com a progressiva intolerância ao pensamento, ao alheamento do qual resultam o agir, muitas vezes frenético ou mesmo compulsivo.
Propomos um encontro com as manifestações criadoras do homem, como a literatura e as artes, que denunciam, combatem e são reflexo e transformação das formas que o intolerável tem assumido ao longo da história da humanidade.
Resumindo trataremos da des-construção da In-tolerância.
Convidamos pois todos aqueles para quem estas questões sejam importantes a juntarem-se a nós nestes dois dias, num debate seguramente empolgante e apaixonante, rumo a múltiplas interrogações e novas respostas.
O programa definitivo poderá ser consultado blog e no Facebook em Colóquio Psicanálise


1 comentário:

  1. Monica Alves da Silva Lopes Diniz7 de março de 2011 às 19:58

    Gostei bastante deste texto. Muito bem articulado, bem expressivo.

    Monica Alves da Silva Lopes Diniz

    ResponderEliminar