segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

As Sem Razões do Amor



Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou de mais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Carlos Drummond de Andrade, in "O Corpo"

2 comentários:

  1. Monica Alves da Silva Lopes Diniz7 de março de 2011 às 20:35

    O amor basta-se.
    Se é barganhado, é qualquer outra coisa, exceto amor.
    Imensurável, ad infinitum, ad aeternum...
    Sem princípio, sem fim...
    Completa-se na plenitude.
    Monica Alves da Silva Lopes Diniz

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  2. Difícil definir o amor...
    É capaz de caminhar com o sofrimento,
    com a solidão, com a distância, com a dor, e, mesmo assim, não deixa de ser amor.
    Dói amar... Principalmente quando não é compreendido.

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