sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O TEMPO




O TEMPO

Adeus mar de tantos dias,
adeus dias de tantos mares.
Marés cheias, marés vazias
Que espraiaram a minha vida.

Vou
não sei para onde.
Volto
não sei como.

Anos passados , tempos distantes
passados  tempos, anos presentes.
Do tempo  vieram  dias furtados,
horas , minutos , longos  segundos .

Fico
sem ir contigo.
Regresso
por  ti sem mim.

Se quem vai não finge  partir,
quem volta  não simula chegar,
para  no mar perder  essa vida 
da maresia dos  tempos  parida.


Maria José Soares de Moura, in “Poesias do Mar e da Terra”

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