quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O " Genoma" da cultura humana

Cientistas norte-americanos usaram cinco milhões de livros digitalizados para decifrar o “genoma” da cultura humana, detectar as palavras mais usadas em cada época e analisar como mudou a sintaxe. Dois investigadores da Universidade de Harvard dedicaram quatro anos a este trabalho, que designaram como “Culturomics”, e publicaram no dia 17 deste mês os resultados na revista «Science».
Como seria impossível ler todos os livros existentes no mundo, a equipa recolheu uma amostra de cinco milhões de obras e socorreu-se das novas tecnologias, como o Google. Concluíram que o inglês assume 8 500 novas palavras todos os anos, apesar de muitas não serem imediatamente apreciadas nos dicionários.
Ainda se chegou à conclusão que, a cada ano que passa, a humanidade esquece o seu passado de forma mais célere. Como exemplo, indicam que as referências a 1880 perduraram até 1912, durante 32 anos. Já as referências a 1973 desapareceram, em média, dez anos depois.
Contudo, as novas descobertas divulgam-se agora mais rapidamente que nunca. Os cientistas asseguram que no final do século XIX as novidades eram difundidas duas vezes mais depressa do que em 1800.
Em relação à notoriedade alcançada por personalidades, os investigadores descobriram que se tem tornado mais óbvia, mas também mais efémera. As celebridades nascidas em 1950 atingiam a fama, em média, aos 29 anos. No início do século XIX, a média era de 43 anos.
Artigo publicado em " Ciência Hoje", 17/12/2010

Sem comentários:

Enviar um comentário