sábado, 9 de outubro de 2010

A China e o Prémio Nobel da Paz

Liu Xiaobo
"The Nobel Peace Prize 2010 was awarded to Liu Xiaobo "for his long and non-violent struggle for fundamental human rights in China".
Freedom of Speech in China
PEACE-Among the many people campaigning for human rights in China, Liu Xiaobo, the 2010 Nobel Peace Prize Laureate, has become the most visible symbol of the struggle. A long-term exponent of non-violent protest, he is currently serving an 11-year prison term."
In “The Official Web Site  of The Nobel Prize”, ( 8/10/2010)

Liu  Xiaobo, herói da revolta  de Tian'anmen , está preso desde 2008 na China por "incitar à subversão contra o Estado" ao elaborar, juntamente com outros intelectuais chineses, a “ Carta 08 “, um  manifesto político,  onde reivindicavam  o sufrágio universal e a instituição de  uma democracia. Xiaobo participou dos protestos de estudantes da Praça Tian'anmen em 1989 e foi indicado ao Nobel pelo político tcheco, Václav Havel.
 O Ministério dos Negócios Estrangeiros Chinês reagiu com violência e ameaças ao Comité Norueguês, argumentando que  "Liu Xiaobo é um criminoso condenado à prisão pela justiça chinesa. Os seus actos estão em completa contradição com o objectivo do Prémio Nobel da Paz,  pelo que a sua nomeação é uma “blasfémia” que afectará as relações futuras entre a China e a Noruega.
A China  tem uma tradição totalitária onde impera o pensamento único e a liberdade de expressão não existe. Já em 1989 , quando foi distinguido Dalai Lama com o mesmo  prémio,  a reacção do governo chinês foi intempestiva e ameaçadora.  Apesar de conviver com os países democráticos, a China continua a impor-se pelo crescente poder económico e estes a reverenciá-la, evitando alusões à perseguição que pratica entre muros, aprisionando aqueles que defendem os direitos humanos e a liberdade de expressão .
 O cinismo e o mercantilismo que marcam as relações internacionais propiciam a escalada de países ditatoriais que, sem pudor , lançam ao mundo admoestações baseadas na força que a exploração contínua do seu povo lhes franqueia através do crescimento económico.
As  ameaças constantes  à condição humana fazem com que  a sobrevivência do homem esteja em perigo,  agravada e facilitada pela podre organização que , nas últimas décadas, o mundo montou à volta de um capitalismo cego e sôfrego, onde o lugar de cada país se conquista apenas pelo capital que possui. Confrontar a China é renegar o capital chinês que tem sido utilizado por tantos “íntegros” e democráticos governos deste nosso mundo.
O Comité Norueguês demonstrou que as relações entre os povos se devem pautar pela lúcida intransigência com actos despóticos, pela valorização da essência do homem e pela dignificação de quem exige direito ao respeito pelo “o outro” que é , em si mesmo,  a imagem de todos nós.
Os meus agradecimentos a Liu Xiaobo e os meus aplausos para a  Noruega.

 

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